Expectativa de vida do brasileiro cresce para 76,6 anos, diz IBGE
Os dados são da Tábua da Mortalidade e foram divulgados nesta quinta. Desde 1940, tempo médio de vida da população cresceu 30,8 anos
Brasil|Pietro Otsuka, do R7
A expectativa de vida dos brasileiros ao nascer aumentou em três meses de 2018 para 2019, passando de 76,3 para 76,6 anos. Os dados são da Tábua da Mortalidade, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e foram publicados no DOU (Diário Oficial da União) na manhã desta quinta-feira (26).
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A Tábua da Mortalidade considera dados desde 1940 e, de lá para cá, a expectativa média de vida do brasileiros cresceu 30,8 anos. Em 1940, os brasileiros viviam, em média, 45,5 anos.
Usando de exemplo o ano de 1940, uma pessoa ao completar 50 anos nessa época, tinha uma expectativa de viver mais 19 anos e um mês. Já em 2019, a esperança de vida para uma pessoa nessa faixa etária seria de 30 anos e oito meses. Ou seja, atualmente vive-se, em média, quase 12 anos mais.
Veja a expectativa de vida por idade:
• Aos 30 anos: 48,9 de expectativa de sobrevida, ou seja, expectativa de vida de 78,9 anos;
• Aos 40 anos: 39,7 de expectativa de sobrevida, ou seja, expectativa de vida de 79,7 anos;
• Aos 50 anos: 30,8 de expectativa de sobrevida, ou seja, expectativa de vida de 80,8 anos;
• Aos 60 anos: 22,7 de expectativa de sobrevida, ou seja, expectativa de vida de 82,7 anos;
• Aos 70 anos: 15,5 de expectativa de sobrevida, ou seja, expectativa de vida de 85,5 anos;
• Aos 80 anos ou mais: 9,7 de expectativa de sobrevida, ou seja, expectativa de vida de 89,7 anos ou mais
Idade e sexo influenciam expectativa de vida
A expectativa de vida, no entanto, muda conforme a idade da pessoa e o sexo. A dos homens é de 73,1 anos e a das mulheres de 80,1, por exemplo.
Outro aspecto que o IBGE ressalta é sobre a taxa de mortalidade. Para os homens, por exemplo, essa índice é sempre superior à das mulheres. De acordo com o IBGE, é aos 20 anos que a chamada "sobremortalidade masculina" atinge seu pico. Em 2019, um homem de 20 anos tinha 4,6 vezes mais chance de não chegar aos 25 anos do que uma mulher do mesmo grupo de idade.
“Na faixa entre 15 e 34 anos existe maior disparidade entre a taxa de mortalidade da população masculina em relação à feminina. Isso ocorre devido à maior incidência de óbitos por causas externas ou não naturais, como homicídios e acidentes, que atingem com maior intensidade a população masculina jovem. A expectativa de vida masculina no país poderia ser superior à que se estima atualmente, se não fosse o efeito das mortes prematuras de jovens por causas não naturais”, comenta Fernando Albuquerque, demógrafo do IBGE.
Mortalidade infantil
O levantamento do IBGE aponta também uma queda na mortalidade infantil. Em 2018, a mortalidade era de 12,4 por mil nascimentos. Já em 2019, esse número caiu para 11,9 por mil. Além disso, a taxa de mortalidade entre 1 a 4 anos de idade diminuiu 97,3%.
Voltando ao exemplo de 1940, para se ter uma ideia, naquela época, a taxa de mortalidade infantil era de cerca de 146,6 óbitos para cada mil nascidos vivos. Nese mesmo período, a taxa de mortalidade na infância — crianças de até 5 anos — também caiu e muito: 212,1 por mil nascimentos em 1940, contra 14,0 por mil em 2019.
Por outro lado, cerca de 85,6% das crianças que não chegam aos 5 anos falecem no primeiro ano de vida e 14,4% entre 1 e 4 anos de idade.
Albuquerque explica que as taxas médias do Brasil ainda são altas se comparadas a países desenvolvidas, o que para ele se explica por fatores sociais e econômicos, além de biológicos, como doenças.
"Na Suécia, por exemplo, a taxa de mortalidade das crianças menores de 5 anos é de 2,5 por mil. No Brasil, temos uma taxa de 2,0 por mil para as crianças de 1 a 4 anos, quando a mortalidade está ligada a fatores sociais e econômicos, e de 11,9 por mil antes do primeiro ano que vida, quando as mortes estão mais ligadas a fatores biológicos, somando 14,0 óbitos para cada mil nascimentos antes de completar cinco anos de vida”, explica o pesquisador.
Por conta disso, a meta dos objetivos do desenvolvimento sustentável para o Brasil é de, até 2030, reduzir a mortalidade neonatal para, no máximo, 5,0 mil por mil nascidos vivos e a mortalidade de crianças menores de 5 anos para, no máximo, 8,0 mil por mil.