Justiça mantém condenação de Renato Duque na Lava Jato
Pena do ex-diretor foi ainda ampliada em mais de 2 meses em processo sobre propina envolvendo a instalação de um gasoduto
Brasil|Do R7
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) manteve nesta quarta-feira (11) a condenação do ex-diretor da Petrobras Renato Duque por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, aumentando a pena de 3 anos e 4 meses para 3 anos, 6 meses e 15 dias de reclusão.
Segundo o TRF-4, a decisão se deu em julgamento da sétima apelação criminal do ex-diretor nos autos da Operação Lava Jato. No processo, Duque foi denunciado por receber propina de João Antônio Bernardi Filho, representante da empresa Saipem, para efetivar contrato com a Petrobras para a instalação do gasoduto submarino de interligação de campos petrolíferos com a estatal. A propina, de cerca de 2 milhões de dólares, foi paga em imóveis e com a compra de obras de arte em seu nome apreendidas pela Polícia Federal, segundo a investigação.
O ex-diretor foi condenado em 19 de novembro do ano passado pela 13ª Vara Federal de Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A defesa apelou ao tribunal requerendo revisão da dosimetria da pena com o afastamento de valorações negativas e a revogação do confisco de duas salas do Edifício Centro Cândido Mendes, no Rio de Janeiro.
O relator, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, recalculou a pena após acrescentar a negativa de circunstâncias do crime requerida pelo Ministério Público Federal (MPF) e dar provimento ao pedido da defesa considerando a atenuante da confissão, resultando em aumento de pena.
Leia mais: Pena de Renato Duque mais que dobra e chega a 43 anos na Lava Jato
João Antônio Bernardi Filho, que também foi réu nesta ação, apelou ao tribunal requerendo a aplicação da pena conforme o acordo de colaboração premiada firmado com o MPF. Gebran concedeu o benefício previsto no acordo e a pena ficou 3 anos, 2 meses e 12 dias.
Segundo o desembargador, Duque não tem legitimidade para requerer a liberação das salas comerciais, visto que estão em nome de uma empresa de terceiro, a qual compete ajuizar ação neste sentido.
Condenações anteriores
Duque já teve a condenação confirmada pelo TRF4 em outras sete apelações criminais referentes ao recebimento de propinas das empresas denunciadas na Operação Lava Jato. Como ele não fez acordo de colaboração premiada, as penas serão somadas.