Lula: Quero que peçam desculpas pelas mentiras que estão contando
Ex-presidente diz ter sido vitima de um "pacto" feito para "acabar com o PT"
Brasil|Alexandre Garcia, do R7
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou pela primeira vez após sua condenação em segunda instância. Em discurso a um grupo de apoiadores na Praça da República, em São Paulo, o petista disse “não aceitar a mentira pela qual tomaram a decisão” de manter a condenação e aumentar a pena imposta pelo juiz Sérgio Moro.
"Eu quero que eles me provem qual é o crime que o Lula cometeu. Eu quero que eles peçam desculpas pela quantidade de mentiras que estão contando sobre mim. [...] Tudo o que eles estão fazendo é para tentar fazer com que eu não possa ser candidato", afirmou o ex-presidente.
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No discurso, Lula afirma estar disposto a desistir da candidatura à Presidência e de aparecer em praça pública caso seja apresentado um crime contra ele. "Agora eu quero desafiar os três juízes para mostrar qualquer o crime que eu tenha cometido", disse.
O ex-presidente disse ainda que foi feito um "pacto entre o poder judiciário e a imprensa" para "acabar com o PT e com a nossa governança pelo País". Segundo ele, já "não admitiam mais a ascensão social dos mais pobres e dos trabalhadores".
"Eles não suportavam mais a ascensão que ia da creche à universidade. Eles não suportavam mais a agente criar um programa que mandava 100 mil jovens para estudar no estrangeiro. Eles não suportavam mais a quantidade de crédito para os pequenos produtores rurais e para a habitação popular dada pelo Minha Casa Minha Vida", afirmou o ex-presidente.
Lula pediu para que os populares não ficassem preocupados com eles, mas "com os brasileiros que trabalham". Segundo o petista, "tudo tende a piorar" com a aprovação da reforma da Previdência.
Após o discurso do ex-presidente, o grupo de manifestantes seguiu em caminhada rumo à Avenida Paulista.
Nesta quarta-feira, o ex-presidente Lula foi condenado, por unanimidade, pelos desembargadores do TRF4, tribunal de segunda instância. Na decisão, os membros do colegiado decidiram aumentar para 12 anos e um mês de prisão a pena inicialmente imposta ao petista.
Logo após o julgamento, o PT divulgou um comunicado e afirmou que o ex-presidente será confirmado como candidato à Presidência em convenção partidária e terá a candidatura registrada no dia 15 de agosto, “seguindo rigorosamente o que assegura a Legislação eleitoral”.