Maioria dos candidatos à OAB-SP defende Ordem mais atuante
Caio Augusto Silva, que tenta reeleição, ouviu diversas críticas dos demais pleiteantes ao cargo; eleição será no fim deste mês
Brasil|Do R7
Os cinco candidatos à presidência da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional São Paulo) encontraram-se nesta quarta-feira (10) em um debate para apresentarem propostas para a próxima gestão, de três anos. A eleição será em 25 de novembro.
O atual presidente, Caio Augusto Silva dos Santos, foi bastante criticado pelos outros pleiteantes à vaga, que o acusam de falta de atuação e de ter ajudado a tornar a Ordem irrelevante para a classe.
Além de Caio Augusto, concorrem Alfredo Scaff Filho, Dora Cavalcanti, Mário de Oliveira Filho e Patrícia Vanzolini.
O evento foi realizado na Fecomércio-SP (Federação do Comércio de São Paulo).
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Um dos momentos mais tensos do debate, promovido pela TV Migalhas e pela MDA (Movimento de Defesa da Advocacia), foi quando Patrícia Vanzolini perguntou a Caio Augusto o que ele pretendia fazer em mais três anos levando em conta "que não fez nada" nos nove em que está na direção da OAB.
Em sua defesa, o presidente afirmou que sua gestão foi marcada por atos importantes, mas não usa a projeção do cargo para se promover politicamente.
Patrícia acredita que a OAB se distanciou da vida dos advogados e hoje representa apenas um boleto para pagar no início do ano. Segundo ela, o órgão ficou ainda mais distante durante a pandemia de Covid-19. "Estou aqui porque acredito que é possível mudar."
Caio Augusto lembrou que sua gestão extinguiu as anuidades de instituições de advogados e reduziu despesas da instituição mesmo com o aumento da inflação no país, sem repasse aos associados.
Alfredo Scaff Filho também citou que a entidade hoje não representa os advogados. "Eu quero uma OAB que tenha voz, sangue nos olhos, que seja protagonista do questionamento e de portas abertas."
Scaff Filho disse que entre suas propostas está a redução pela metade do valor anual pago pelos advogados à entidade. Hoje em cerca de R$ 1.000.
Mário de Oliveira Filho comentou que hoje a OAB não representa a categoria nas assembleias legislativas municipais, estadual ou federal.
Mário citou que além das ameaças de aumento tributário à classe há um projeto de lei que permite aos cartórios de protestos fazer a execução dos títulos. "O que é isso? É falta de representantividade. Sair da cadeira e pôr a força política, sim, de quem representa quase 400 mil advogdos. Essa força, essa pressão. Presidente de Ordem é defensor da classe."
Dora Cavalcanti sugeriu ouvir todas as vertentes da advocacia e a participação de mais mulheres e negros na OAB-SP. Para ela, a Ordem precisa ser mais moderna e preocupada com os reais interesses da classe. "Precisa estar preparada para advogar pelos advogados."
De acordo com ela, a atual direção não atua por toda a categoria. "Infelizmente essa gestão não nos tem representado à altura."
Dora citou que a entidade tem brigado por pagamento de honorários para advogados isolados, em vez de pleitear melhorias a todos.
Entre as várias críticas a atual administração, Mário de Oliveira disse que não viu a OAB se posicionar sobre a retomada dos trabalhos presenciais nos tribunais do estado. "Se eu sou o presidente, eu quero conversar com o presidente do tribunal e faço isso."