Mercado de casamentos movimenta cerca de R$ 5 bilhões em São Paulo
Em 2016, o brasileiro desembolsou R$ 17 bilhões em eventos sociais. Somente na cidade de São Paulo, 74 mil casamentos mobilizaram R$ 1,4 bilhão
Brasil|Pietro Otsuka, do R7*
Preparar uma cerimônia de casamento requer cerca de 40 serviços diferentes, desde fotógrafos, a maquiadores, cabeleireiros, músicos até serviços de buffet, etc. Em 2016, o brasileiro movimentou R$ 17 bilhões com eventos sociais, segundo dados do Instituto Locomotiva para a Abrafesta (Associação Brasileira de Eventos).
Desde 2013, o mercado de casamentos vem em ascensão. Os gastos crescem, em média, 10,4% ao ano. Entre 2013 e 2016, o crescimento foi de 25%. Somente na cidade de São Paulo, 74 mil casamentos movimentaram R$ 1,4 bilhão em 2016. Considerando o Estado de São Paulo, a cifra chega a R$ 4,9 bilhões.
O gasto com um casamento, em média, é de R$ 25 mil, segundo Paula Raimo, diretora do Grupo Casar.com. No entanto, segundo o presidente da Abrafesta, Ricardo Ferreira de Carvalho Dias, é preciso considerar as exigências de cada cliente, que variam de evento para evento.
“Tem que saber que tipo de evento você quer. Qual o tamanho do evento que se pretende, onde ele vai acontecer, até porque o preço de um espaço em um bairro tem um valor diferente em outra região, entre outras coisas”, explica.
A instrumentadora cirúrgica Júlia Said conta que para seu casamento, ela e o noivo Deleon Guimarães se organizaram para fazer algo que fosse simples e coubesse no orçamento. "Queríamos aproveitar e não ter dor de cabeça. Estipulamos um valor limite para cada serviço e isso fez com que fosse mais tranquilo", disse.
"Conseguimos fazer da forma como planejando, gastando R$ 5 mil. Decidindo quais serviços eram realmente necessários para que o evento fosse uma experiência legal para todos", afirma Julia.
Para ela, o mais importante era estar com as pessoas que amava.
Crise para quem?
Apesar do cenário de crise econômica que afeta o país nos últimos anos, o mercado de casamentos se mantém relativamente estável, parecendo alheio aos acontecimentos que impactam diferentes setores da economia. Mas, para Ferreira, não é bem assim. “É um mercado sazonal. Quem sobreviveu se sobressaiu violentamente a um mercado condicionado às variações como qualquer negócio. Muitas das pequenas empresas foram 'engolidas' pelas maiores”, afirma.
“Quem sobreviveu foi quem soube achar um nicho de atuação. Que na verdade é o topo da pirâmide, o público A e B. Então definiu quem seria o público e fez um trabalho específico para esse tipo de cliente. Entregou um trabalho personalizado, especializado. Em que a pessoa escolhe o buffet, contrata seu próprio organizador de eventos, seus fornecedores, totalmente personalizado", disse.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Vinhas