O vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou na manhã desta sexta-feira (15), em Brasília, que não havia como prever o colapso no sistema público de saúde de Manaus em função da nova cepa (variante) do coronavírus que circula na capital amazonense. No momento mais crítico desde o início da pandemia, pacientes infectados pelo coronavírus morrem por asfixia pela ausência de oxigênio em hospitais. “Você não tem como prever o que ia acontecer com essa cepa que está ocorrendo em Manaus. Totalmente diferente do que tinha acontecido no primeiro semestre”, afirmou Mourão. O vice-presidente aproveitou ainda para fazer uma defesa da gestão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. “Quando o ministro Pazuello falou de inverno na Amazônia, ele foi ridicularizado. O que é o inverno na Amazônia? A estação das chuvas. Há muita umidade e aumentam os casos de doenças respiratórias. Foi o que aconteceu naquele pico no início da pandemia e está acontecendo de novo.” Na última terça-feira, conforme a Agência Estado, o Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) confirmou a identificação de uma nova linhagem do vírus da covid-19 com origem no Amazonas. A nova cepa brasileira é recente, provavelmente surgida entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021. Denominada provisoriamente de B.1.1.28 (K417N/E484K/N501Y), a variante do SARS-CoV-2 é a que foi identificada recentemente pelo Japão em quatro viajantes (um homem e uma mulher adultos e duas crianças) que retornaram da região amazônica brasileira em 2 de janeiro. O pesquisador da Fiocruz Amazônia Felipe Naveca disse acreditar que a mutação não seja a única responsável pela aceleração de casos do novo coronavírus no Estado. Mourão destacou ainda que “o governo está fazendo o que pode” para contornar a situação de calamidade pública em Manaus. “Mas eu já falei para vocês: na Amazônia, as coisas não são simples, né? Você tem uma capital como Manaus, que é a cidade mais populosa da Amazônia Ocidental, e que você só chega lá de barco ou avião. Então, qualquer manobra logística, de uma hora para outra, aumenta a quantidade de suprimentos lá...”, destacou. “A FAB, até anos atrás, tinha Boeing. Mas por problemas no orçamento ela teve que se desafazer. Chega nessa hora e a gente vê que não pode deixar que a nossa última reserva, que são as Forças Armadas, sem terem a sua capacidade.” O vice-presidente fez referência a um Boeing 767 que a Força Aérea Brasileira usava em contrato de Leasing. A aeronave foi devolvida em maio de 2019 por falta de orçamento.