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MPF quer investigação para apurar conduta do ministro Ricardo Salles

Procuradores dizem que ministro do Meio Ambiente estaria adotando  "iniciativas em flagrante violação ao dever de tutela do meio ambiente"

Brasil|Márcio Neves, do R7

MPF aponta que Salles toma medidas prejudiciais ao meio ambiente
MPF aponta que Salles toma medidas prejudiciais ao meio ambiente

O MPF (Ministério Público Federal) enviou nesta quarta-feira (27) uma representação para a PGR (Procuradoria Geral da República) pedindo uma investigação para apurar condutas de responsabilidade e improbidade administrativa do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

A manifestação foi feita pela Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal que avalia que a condução do ministro à frente da pasta “traduzem verdadeiro encadeamento premeditado de atuar contrário à proteção ambiental, caracterizando o dolo”.

De acordo com o colegiado de procuradores, desde o início da gestão de Salles no Ministério do Meio Ambiente, ele estaria adotando "inúmeras iniciativas em flagrante violação ao dever de tutela do meio ambiente, como a desconsideração de normas, critérios científicos e técnicos, em desrespeito aos princípios ambientais da precaução, da prevenção e da vedação do retrocesso".

O MPF também usou as falas ditas por Salles na reunião ministerial de 22 de abril no Palácio do Planalto, que veio a público após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em função de inquérito que apura denúncias contra o presidente Jair Bolsonaro. 


"Observa-se que as declarações do Ministro de Estado durante o vídeo revelam clara intenção de promover a desregulamentação do Direito Ambiental pátrio, oportunamente no período da pandemia, galgando-se do foco em problemas a ela associados pela mídia e população, em flagrante infringência aos princípios da Administração Pública da moralidade, eficiência, legalidade, impessoalidade e publicidade", escreveu o documento enviado a PGR e assinado por cinco integrantes do MPF.

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Os procuradores ainda listaram uma série de medidas implementadas na gestão de Salles e que teriam contríbuido para "direta e indiretamente para o aumento do desmatamento, das queimadas, da ocupação de terras públicas e de diversos outros crimes ambientais".

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