O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou nesta sexta-feira (17), durante a Live JR, que sentiu uma "indignação muito grande" ao ter conhecimento das agressões contra brasileiros ligados à Igreja Universal em Angola.
"Ninguém que está lá sendo agredido está tentando promover guerra. Não dá para aceitar uma situação como essa no momento em que estamos vivendo", pontou o senador.
Trad lamentou ainda que a situação ocorra em um país que também fala português e tinha uma relação diplomática amistosa com o Brasil. "É algo que precisa ser devidamente esclarecido. Os brasileiros que estão lá precisam de segurança e o mínimo de proteção para viver", destacou.
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Na última quarta-feira (15), o Senado aprovou, por unanimidade, a viagem de uma comitiva formada por oito parlamentares para acompanhar a situação de brasileiros que vêm sofrendo ataques violentos em Angola.
Segundo Trad, a viagem da comitiva deve ocorrer após o dia 9 de agosto, quando acabam as restrições de fechamento de fronteira em Angola. "Já foi feita uma solicitação por um avião da FAB para recorrer das autoridades angolanas o mínimo de segurança para os brasileiros que estão lá", contou o presidente da Comissão de Relações Exteriores.
O senador garante que vai levar o tema para uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, na próxima quarta-feira (22). "Até o dia 9 de agosto ainda tem muito tempo em que esse pessoal vai ficar sem proteção lá em Angola", disse Trad.
Coronavírus
Trad, que foi diagnosticado com a covid-19 em março, disse que a pandemia vai exigir adaptação e disciplina da população. "Eu, quando me contaminei, entrei em uma situação muito difícil e fiquei com medo de passar a doença para minha filha e minha mulher", relatou ele.
"É uma doença que te derruba. Esses sintomas iniciais parecem mesmo com uma gripe fraca, mas ele serve como um alerta”, orientou o senador que chegou a ficar por três dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Ele avaliou que aglomerações em jogos de futebol, shows e Carnavais só serão possíveis depois da existência de uma vacina. "Essa história veio para a gente aprender com ela e lidar com certas situações para evitar contágios", afirmou Trad.
Trad defendeu que os pacientes diagnosticados com a doença respiratória sigam as recomendações médicas e avalia que "faltou habilidade do presidente e dos ministros para se unirem" no enfrentamento da crise. Para ele, não é possível politizar temas no campo da saúde.
“Eu cansei de falar para pessoas que o presidente escuta que o que o Brasil quer é a união entre o presidente e o ministro da Saúde, porque nós estamos lidando com uma doença que vai levar milhares de pessoas ao óbito. Infelizmente, isso não foi ouvido, mas o presidente tem toda legitimidade de trocar aquele em quem ele não confia”, observou.
As entrevistas da Live JR acontecem todas as semanas. O público pode acompanhar ao vivo na Record News, pelo R7 e pelas redes sociais do Grupo Record. Além disso, haverá exibição de trechos no Jornal da Record e no Fala Brasil.