TV de Angola exibe notícia falsa sobre pastores da Universal
Pastor disse que foi abandonado pela igreja por se negar a fazer vasectomia. 'Nem casado é obrigado a fazer, quanto mais um solteiro', rebate bispo
Internacional|André Tal, da Record TV
A TV estatal de Angola exibiu reportagem com informações falsas sobre pastoes da Igreja Universal. Na reportagem da TV angolana, o material é crítico à igreja e tenta supostamente mostrar que os integrantes angolanos da instituição são discriminados pelos líderes da Universal.
O personagem entrevistado, um jovem pastor, diz estar doente, e que foi abandonado pela igreja por ter se negado a fazer vasectomia.
"Lembrar que eu, por ter negado a fazer a vasectomia, e também ter aceito a causa da reforma, excluíram minha noiva da reunião".
A afirmação é rebatida pela responsável pelo setor de Saúde da Universal em Angola.
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“Esse senhor chegou até nós no fim de 2019 alegando ter um problema de tubérculo”, afirma Akira Sanbrenho, secretário do setor de Saúde da Universal. “Nós o acolhemos, e ele decidiu ir para casa. Em janeiro ele voltou dizendo ter uma dor de estômago. Em março ele disse que a medicação para tuberculose não estava fazendo efeito. Então, encaminhamos para uma clínica de sofrência, de múltiplo perfil.”
Além de assistência médica, o pastor que deu entrevista para a TV angolana continua recebendo ajuda de custo equivalente a R$ 1.450.
“Todos os meses ele teve apoio da igreja. Ele dizer que não teve apoio é mentira!”
Sobre a suposta obrigação para que pastores angolanos façam vasectomia, a Universal rebate com números, dos 157 pastores locais casados, 85 tem filhos. Entre brasileiros e angolanos que trabalham no país africano, há 127 filhos, sejam crianças ou adolescentes.
O bispo Honorilton Gonçalves, líder da Igreja Universal no país, explica: “Nem casado é obrigado a fazer vasectomia, quanto mais um solteiro. Daqui a pouco, a população vai sair de casa pra jogar pedra na igreja, pra perseguir os brasileiros”.
A reportagem da TPA visita, ainda, um condomínio de pastores. E entrevista a esposa de um integrante angolano da igreja. Ela reclama por ter que dividir a residência com outra família.
O pastor da família que reclama de discriminação recebe uma ajuda mensal equivalente a R$ 4.100, além de carro e moradia. Em Angola, o salário de um professor diplomado é equivalente a R$ 1.100.
Sobre a reclamação de que são obrigados a viver em casas compartilhadas, a igreja diz que apenas 6% dos pastores casados vivem em casas compartilhadas. E sempre são realocados para casas particulares.
A TPA é a televisão pública de Angola. Pertence ao governo do país e divulga reportagens de acordo com os interesses das autoridades locais. A suposta denúncia contra a Universal foi feita no momento em que templos são invadidos e crescem as demonstrações de ódio contra religiosos brasileiros.
O vice-presidente da Universal em Angola conta que chegou a ser procurado pela TPA. “Eles ligaram pra mim, pessoalmente, dizendo que queria gravar entrevista. Eu gravei, mas não passaram.”
Já o bispo Honorilton Gonçalves acredita em uma campanha pública contra a instituição brasileira.
“Somos 65 pastores brasileiros, além de esposas e filhos. Nós estamos sendo vítima implacavelmente de um complô. Jogando a população contra nós. Lamentável. Há um crime de incitação popular.”