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Pedido de Lula põe em risco eleição inédita de brasileiro para o BID

Reconhecido no meio financeiro pela capacidade técnica e independência, Ilan Goldfajn tem sua candidatura à presidência do BID boicotada pelo PT

Brasil|Marco Antonio Araújo, Do R7

Ilan Goldfajn: chance histórica de um brasileiro presidir o BID boicotada pela mesquinharia petista
Ilan Goldfajn: chance histórica de um brasileiro presidir o BID boicotada pela mesquinharia petista

Parece inacreditável, mas o ex-ministro da Fazenda petista Guido Mantega, integrante da equipe de transição do governo Lula, quer impedir um brasileiro de presidir o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ter alguém nesse cargo seria inédito e histórico para nosso país, mas, por assumido preconceito político e mesquinharia ideológica, a candidatura de Ilan Goldfajn está sendo boicotada.

Goldfajn é reconhecido no meio financeiro por sua capacidade técnica e independência durante o período que presidiu o Banco Central do Brasil - entre maio de 2016 e fevereiro de 2019. Foi indicado por Michel Temer durante o afastamento de Dilma Rousseff, que enfrentava o processo que culminou com seu impeachment.

Nem Mantega questiona o currículo e a envergadura do candidato brasileiro. É pura picuinha e canelada feia em uma figura respeitável, apenas por ter sido indicada por governos adversários. Ora, justo o PT que propõe pacificar o Brasil.

A sabotagem petista em curso é dirigida ao próprio Brasil, que perderá a chance de finalmente personificar sua liderança na economia da América Latina. O fato pegou muito mal e dominou as disussões em um grupo de mensagens que reúne empresários e políticos graúdos. O sentimento é de preocupação com o indicativo de como devem ser os próximos quatro anos.


A interferência de um governo que nem sequer tomou posse significa jogar fora a primeira chance clara de o Brasil assumir protagonismo e presidir uma instituição responsável por US$ 12 bilhões em empréstimos para prefeituras, estados e países da América Latina.

As justificativas de Mantega para essa “talaricagem” são constrangedoras, mas indicativas de que o PT ainda traz na alma o espírito bolivariano que prevaleceu em seus governos anteriores. O ex-ministro de Dilma quer retirar a candidatura brasileira para usar como moeda de troca com outros governos latino-americanos em sintonia com o ideário petista.

Agora resta saber quem e o que vai prevalecer na gestão Lula nos próximos anos. O pragmatismo da ala moderada, encabeçada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, que já se movimenta para conter os estragos provocados por Mantega e manter a indicação de Illan Goldfajn. Ou o corporativismo de esquerda, materializado em Guido Mantega e Celso Amorim, representantes da ala ideológica do futuro governo. A ver...

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