“Sepulveda Pertence tinha que estar no caso desde o primeiro dia. Zanin é um bom advogado, mas não tem peso para defender um Lula” afirma em tom de crítica, um homem que se diz do núcleo que fundou o PT e conversava com outros apoiadores do ex-presidente na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo durante o julgamento do STF. Lula acompanhava a sessão em uma sala reservada.
Lula acompanha julgamento no Sindicato dos Metalúrgicos
Um dos homens diz que estudou os votos anteriores de cada ministro do Supremo. "Eu sei como vão votar, são previsíveis, diz ele com um caderninho enquanto acompanhava a leitura dos votos em um televisor".
Barroso diz que é mais fácil prender menino pobre que colarinho branco
Outro endossa a tese de que um advogado de mais renome teria conduzido o debate ainda na primeira instância de maneira mais adequada e, na pior das hipóteses, teria conseguido uma pena menor ou um acordo, já no primeiro julgamento do caso do triplex.
A conversa segue acalorada, parece um papo de bar, mas com gente que respira o PT desde sua fundação.
“Rapaz, o homem pode até ter feito algo errado, mas ele foi o melhor, não podia ser colocado nesse saco de batata que estão jogando no chão”, reclama um deles.
Marca de batom e conversa paralela: as frases do julgamento
Outro discorda, defende a inocência de Lula, e apazigua o assunto tentando prever o placar do julgamento.
A discussão se concentra em ministros que Lula indicou para o Supremo e que estariam “traindo sua indicação”.
Ao mesmo tempo estranham o voto de Gilmar Mendes. “Deve ser pra justificar a defesa que ele faz de quem é bandido de verdade”, esbraveja um deles na rodinha.
Chegam mais pessoas e se incomodam com a presença do repórter.
Em outra roda de amigos o tom era de esperança. Será que dá 6 a 5? Tomara".
Em grupos de puxadores dos Movimentos Sociais, a ordem é protestar caso Lula seja preso.
Um integrante do MST afirmou que se Lula for preso o movimento deve fazer protestos em todo o país. “A ordem é parar tudo, claro!”