Pretos e pardos são 77% entre pessoas com menor renda, diz IBGE
Eles são maioria entre os 10% de pessoas com menos rendimentos. Dado integra estudo Síntese de Indicadores Sociais, divulgado nesta quinta
Brasil|Márcio Pinho, do R7
Pretos e partos são a grande maioria no grupo de 10% com menos rendimentos no país, segundo o estudo Síntese de Indicadores Sociais, divulgado nesta quinta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Eles representam 77% desse grupo, ou seja, mais de 3 em cada 4 pessoas de menores ganhos no país são pretas ou pardas.
O estudo traz dados de outros indicadores do IBGE, em especial da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) de 2019 e compõe mais um retrato da desigualdade racial na sociedade brasileira, evidenciada também por outros números. O rendimento domiciliar per capita médio da população preta ou parda, ao longo do período compreendido entre 2012 e 2019, permaneceu cerca de metade do observado para a população branca. O rendimento foi, em 2019, de R$ 981 para a população preta e parda e R$ 1.948 para a branca.
Embora no quesito renda pretos e pardos apareçam entre os que menos ganham, na distribuição geral da população brasileira eles são maioria, já que a composição é de 42,7% de brancos e 56,3% de pretos e pardos, de acordo com o IBGE.
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A taxa de desocupação foi, em 2019, de 9,3%, para brancos, e 13,6% para pretos ou pardos. Entre as pessoas ocupadas, o percentual de pretos ou pardos em ocupações informais chegou a 47,4%, enquanto entre os trabalhadores brancos foi de 34,5%. O resultado reflete a maior participação dos pretos e pardos em trabalhos característicos da informalidade, como por exemplo serviços domésticos (66,6%).
“A informalidade para pretos ou pardos é uma característica histórica, que percebemos em todos os anos da série da Pnad Contínua, que se inicia em 2012 e vai até 2019. É um grupo que requer atenção, é um grupo mais vulnerável, que não vai poder ter aposentadoria por tempo de serviço, que não tem direito a licenças remuneradas por afastamento por motivo de saúde ou licença gestante, então são mais vulneráveis em termos de pessoal ocupado”, afirmou o coordenador da SIS, João Hallak, ao site do IBGE.
Moradia
A desigualdade também aparece em indicadores como moradia. O estudo mostra que 45,2 milhões de pessoas residiam em 14,2 milhões de domicílios com pelo menos uma de cinco inadequações - ausência de banheiro de uso exclusivo, paredes externas com materiais não duráveis, adensamento excessivo de moradores, ônus excessivo com aluguel e ausência de documento de propriedade. Desta população, 13,5 milhões eram de cor ou raça branca e 31,3 milhões pretos ou pardos.