Recebido com pompa e protestos, líder chinês exalta laços "brilhantes" com Grã-Bretanha
Brasil|Do R7
Por Michael Holden e Elizabeth Piper
LONDRES (Reuters) - O presidente da China, Xi Jinping, exaltou nesta terça-feira o "futuro brilhante" da proximidade com a Grã-Bretanha ao discursar a parlamentares na visita cheia de pompa, durante a qual se espera a assinatura de acordos de mais de 46 bilhões de dólares.
A Grã-Bretanha estendeu o tapete vermelho para Xi, que foi homenageado com uma salva de 41 tiros e passeou em uma carruagem dourada com a rainha Elizabeth antes de falar nas duas casas do Parlamento.
Algumas dezenas de manifestantes que pediram ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, que aborde os direitos humanos com Xi foram superados pelos milhares de apoiadores da China que lotaram a The Mall, uma das avenidas mais famosas de Londres, enquanto Xi passava com a monarca para um almoço particular.
"As relações entre China e Grã-Bretanha certamente envolverão um futuro ainda mais brilhante", disse Xi, de 62 anos, aos parlamentares reunidos, incluindo Cameron e o líder trabalhista opositor, Jeremy Corbyn. Suas palavras foram traduzidas para o inglês.
"É justo dizer que a China e a Grã-Bretanha são cada vez mais interdependentes e estão se tornando uma comunidade de interesses compartilhados", afirmou Xi, que citou provérbios chineses, William Shakespeare e o estadista inglês Francis Bacon em seu discurso.
As boas-vindas a Xi foram repletas de afagos, enfatizando a importância crescente de Pequim para Londres: Cameron espera que a visita renda lucros para a Grã-Bretanha na posição de amiga mais próxima dos chineses no Ocidente.
Saudada como o início de uma "era de ouro" nas relações sino-britânicas, a visita, que irá selar acordos de 46,4 bilhões de dólares, vem sendo criticada por ativistas que acusam Cameron de fazer vista grossa às violações de direitos humanos na China.
A visita chinesa também irritou alguns dos aliados mais tradicionais dos britânicos, como os Estados Unidos, onde a visita de Xi no mês passado foi eclipsada pelo atrito em relação aos roubos cibernéticos atribuídos aos chineses e às manobras de Pequim em disputas marítimas na Ásia.
A polícia fez de tudo para que os escassos manifestantes tivessem pouca chance de interromper uma cerimônia cuidadosamente coreografada, em meio à qual o líder chinês acompanhou o Duque de Edimburgo, marido da rainha, na inspeção da guarda de honra antes de liderar a procissão.
(Reportagem adicional de Kate Holton e Angus Berwick, em Londres; e de Ben Blanchard, em Pequim)