O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda reforçou, durante depoimento à CPI da Covid, seu estranhamento com o fato de uma empresa terceira - a Madison Biotech - ser a autora das invoices (notas fiscais) enviadas ao governo para a negociação da vacina indiana Covaxin. Ele destacou que, apesar de as informações da nota terem sido corrigidas, a questão da empresa se manteve. Além disso, lembrou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou o pedido de importação feito pelo Ministério da Saúde. "Se eu assinasse a primeira invoice, estaria tratando de maneira errada", disse ele em resposta ao senador Marcos Rogério (DEM-RO).Rebateu Onyx Em seu depoimento, Luis Ricardo rebateu as acusações do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, de que ele e o irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), teriam fraudado as notas fiscais da compra da Covaxin ao apontarem superfaturamento e corrupção nas negociações entre o governo federal e a farmacêutica. Em sua apresentação sobre a cronologia da compra, Mirando mostrou a primeira "Invoice", que teria sido apresentada a seu setor no dia 18 de março sobre a vacina. Na sequência, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou: "Esses documentos confirmam a existência de três invoices, o que significa dizer em outras palavras que o ministro Onyx, o secretário-geral da Presidência, mentiu ao fazer aquelas acusações. É isso mesmo?" "Sim, inclusive no link dropbox - que não está mais disponível - no email enviado pela empresa tinha essa Invoice. Novamente no dia 22 de março a empresa envia essa primeira Invoice em anexo", respondeu Miranda.