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SUS oferece quase 5 vezes menos leitos de UTI que rede privada

Segundo pesquisadores da Fiocruz e Uerj, oferta de vagas na rede pública é de 13,6 contra 62,5 nos hospitais particulares para cada 100 mil habitantes

Brasil|Ricardo Pedro Cruz, do R7


O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece quase cinco vezes menos leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) que a rede particular para cada 100 mil habitantes. A informação foi divulgada por meio de nota técnica assinada por Marcos Junqueira, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), e Nilson do Rosário, da Ensp/Fiocruz (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca). 

Com o avanço da pandemia de covid-19, infecção respiratória grave provocada pelo novo coronavírus, a demanda pelo atendimento, em ambas as redes, tem crescido no Brasil. Segundo informações atualizadas pelo Ministério da Saúde, o país acumula 162.699 casos confirmados e 11.123 mortes por conta da doença. 

De acordo com os pesquisadores, enquanto o sistema público disponibiliza 13,6 vagas por 100 mil habitantes, as unidades particulares contam com 62,6 leitos para o mesmo contingente. Se considerado o cenário mais otimista, apresentado pela Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira), em março, a proporção é de 14 vagas públicas para 49 privadas. 

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O levantamento evidencia ainda mais as desigualdades e, principalmente, o tamanho da fila de acesso para o atendimento intensivo entre usuários de planos de saúde, que representam 47 milhões de pessoas, e as outras 162 milhões que dependem exclusivamente do SUS.

Vale ressaltar, no entanto, que a demanda pelo atendimento público pode ser ainda maior, já que uma pessoa mesmo sendo cliente da rede particular pode procurar o serviço gratuito a qualquer momento. 


SP pretende requisitar leitos privados


Em São Paulo, onde autoridades e profissionais de saúde não descartam colapso geral da rede de atendimento hospitalar, a taxa de ocupação na cidade chegou a 87%, no domingo (10). A expectativa é que a pandemia alcance o pico de transmissão com a chegada do inverno.

Leia: Com menos UTIs que a Grande SP, interior já teme sobrecarga da rede


A Prefeitura da capital já considera, inclusive, requisitar leitos de UTI da rede privada para atendimento de pacientes do SUS durante o período de calamidade pública. De acordo com Bruno Covas (PSDB), prefeito da cidade, a expectativa é pagar R$ 2.100 por diária às unidades particulares

“Hospitais sobrecarregados”


Cleusa Bernardo, secretária substituta de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, afirmou na sexta-feira (8) que os hospitais do Brasil "estão sobrecarregados com os atendimentos" e, por isso, a Pasta tem enfrentado dificuldade para divulgar o número de leitos de UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo) disponíveis para os pacientes com covid-19 em estado grave.

Durante entrevista técnica no Palácio do Planalto, no entanto, ela antecipou que nesta semana o órgão deve anunciar um painel para que as pessoas possam acompanhar a oferta de unidades em tempo real. O projeto conta com o apoio das Superintendências Regionais de Saúde.

"Os hospitais estão sobrecarregados nos atendimentos. Os hospitais não têm tempo de preencher essas informações para nós. Nós estamos trabalhando com essas superintendências regionais para que a gente possa obter os dados. A partir da semana que vem, nós vamos divulgar um painel para que todos possam acompanhar o número de leitos", disse a secretária substituta.

Na semana passada, o Ministério da Saúde habilitou 116 novos leitos de UTI para reforçar o atendimento de pacientes com covid-19 em quatro estados brasileiros. Os entes federativos beneficiados pela medida foram o Amapá (22 leitos), Rio de Janeiro (42 leitos), Tocantins (42 leitos) e, também, Mato Grosso do Sul (10 leitos).

Ao todo, segundo a Pasta, mais de 3,3 mil vagas de UTI já foram habilitados desde o início da pandemia do novo coronavírus. Os leitos, que são destinados para pacientes em estado grave, têm custo diário de R$ 1,6 mil — dobra do valor pago diariamente, que está próximo de R$ 800.

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