Teles têm 15 dias para explicar vazamento de dados de 100 mi
Pedido do Ministério da Justiça foi enviado para as quatro grandes operadoras de telefonia, que afirmam não ter identificado ataques
Brasil|Daniela Matos e Flávio Moraes, da Record TV, em Brasília
O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor da Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, estabeleceu o prazo de 15 dias para as quatro grandes operadoras de telefonia do Brasil (Oi, Vivo, Tim e Claro) se posicionarem a respeito do suposto vazamento de dados de mais de 100 milhões de contas de celular.
A empresas afirmaram que não identificaram vazamento de dados ou ataques.
Entre os dados vazados, estariam informações sensíveis dos consumidores, como a duração das ligações, número de celular, dados pessoais (RG, CPF, CNPJ, e-mail, endereço) e detalhes sobre o pagamento da fatura (atraso no pagamento, valor da fatura, dívidas). A lista com os dados vazados foi encontrada à venda na internet e atinge até mesmo o presidente Jair Bolsonaro.
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Segundo a manifestação, as empresas deverão se manifestar em 15 dias, a contar do recebimento da notificação, no âmbito da Averiguação Preliminar aberta pela Senacon para investigação do caso, aberta após a divulgação de notícias a respeito do vazamento.
No início do mês, outro vazamento colocou à disposição 223 milhões de CPFs, 40 milhões de CNPJs e 104 milhões de registros de veículos. Entre os afetados pela ação também aparecia Bolsonaro. Além dele, tiveram os dados expostos o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e os 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Veja o posicionamento das operadoras na integra
TIM
A TIM informa que não identificou a ocorrência de ataque ou vazamento que colocasse em vulnerabilidade dados de seus clientes ou dados próprios. Até o momento, não foi recebido nenhum ofício da ANPD, reportando a alegada falha, solicitando informações, providências e mitigação de eventuais riscos relacionados. A TIM afirma e reitera que preza pela segurança de dados, atuando com as melhores práticas de cibersegurança.
Oi
A Oi entende que não é objeto de questionamentos no episódio, já que não se verifica nenhum indício de vazamento de dados de seus clientes, mas garante que vai colaborar com qualquer processo de esclarecimento conduzido pelo Ministério da Justiça. A Oi informa ainda que mantém em sua operação compromisso com os mais elevados padrões de segurança da informação e privacidade de dados, monitorando constantemente seus sistemas e requisitos técnicos, operacionais, legais e regulatórios associados à gestão de dados.
Vivo
A Vivo reitera a transparência na relação com os seus clientes e ressalta que não teve incidente de vazamento de dados. A companhia destaca que possui os mais rígidos controles nos acessos aos dados dos seus consumidores e no combate à práticas que possam ameaçar a sua privacidade.
Claro
A Claro investe fortemente em políticas e procedimentos de segurança e mantém monitoramento constante, adotando medidas, de acordo com melhores práticas, para identificar fraudes e proteger seus clientes. Sobre o caso citado na reportagem, a Claro reitera que segue investigando, como prática de governança. A empresa informa ainda que está colaborando com as autoridades.