O presidente Michel Temer editou um decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para conter a greve dos caminhoneiros. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (25) pelos ministros de Estado em entrevista coletiva. A GLO é utilizada pelo governo em casos graves de perturbação da ordem e serve de amparo para a atuação do Exército em todo o País e permite, sobretudo, o desbloqueio de estradas. O decreto fica em vigor até o dia 4 de junho. De acordo com a Constituição Federal, o decreto dá aos militares a possibilidade de atuar com poder de polícia até que a situação se normalize. Participaram do anúncio os ministros Raul Jungmann (Segurança Pública), Joaquim Silva e Luna (Defesa) e Eliseu Padilha (Casa Civil). Em sua fala, Jungmann afirmou ainda que o governo pretende também editar um outro decreto para manter o abastecimento dos estabelecimentos em função da paralisação dos caminhoneiros. "Caso se faça necessário, estaremos dispondo motoristas das Forças Armadas e de outras instituições e órgãos para poder guiar veículos, inclusive privados, para que o desabastecimento seja contido", disse Jungman. Jungman destaca que o decreto será feito com base no artigo 5º da Constituição Federal, que permite a requisição de bens.Paralisação De acordo com Jungmann, a paralisação dos caminhoneiros já caiu de 933 para 539 obstruções. Ele destaca ainda que todas as interdições ainda permanentes são todas parciais, com a liberação para que carros de passeio atravessem os bloqueios. "Hoje, nós temos a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal e a Força Nacional articuladas num plano e atuando conjuntamente com as forças estaduais. Na PRF, temos um centro nacional que cuida das operações de inteligência a respeito dessa paralisação", disse Jungmann. O ministro ainda que solicitou ao diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, a abertura de uma investigação para apurar sobre a possibilidade de patrões, transportadoras e grandes empresas estarem utilizando do movimento "para manter ou ampliar suas margens de lucro", o que "se caracteriza como um locaute". "Ao contrário da greve, o locaute é uma ilegalidade. [...] Já temos uma relação de duas dezenas de empresários que estão sendo chamados para depor", destacou o ministro.