Um levantamento do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) apontou que 40% dos profissionais da Saúde do DF estão afastados por Covid-19 ou influenza. A informação é da da força-tarefa de promotores que fiscaliza as medidas de combate à Covid-19 na capital. O coordenador da força-tarefa do MPDFT, procurador de Justiça Eduardo Sabo, comentou a estimativa nesta quinta-feira (27). Ele destacou que, além da falta desses profissionais na linha de frente, a Secretaria de Saúde do DF precisa procurar formas de agilizar a testagem na população. A fala ocorreu durante uma visita de Sabo às Unidades Básicas de Saúde da 612 Sul e do Guará. “Temos hoje mais de 40% de funcionários com covid. Outro aspecto é a questão dos testes. São 60 por dia em cada UBS. Temos que estar atentos, procurando novas formas de ação para que fique mais célere”, destacou Sabo. Em conversa com o R7, Seba afirmou que a falta de funcionários afastados por Covid-19 tem sido sentida nos setores público e privado. Ele destacou, ainda, que os funcionários da Saúde estão sobrecarregados e em uma luta contínua contra a pandemia há muitos meses, e que é preciso que a população seja compreensiva ao enfrentar filas nos hospitais e postos. “Os profissionais de Saúde estão se dedicando muito desde março do ano passado. Estive na UBS 1 [na Asa Sul] que atende 700 pessoas por dia com vacina e de 50 a 60 por dia nos testes, fora todos os outros atendimentos, e as pessoas estão cansadas. Nossa preocupação é no sentido de que a sociedade tem que ficar esclarecida. Muitas vezes temos que entender como plausível a demora de uma fila, face a perda de mão de obra qualificada”, destacou o procurador. Seba sugeriu à Secretaria de Saúde a criação de uma rede de apoiadores envolvendo o governo e entidades de classe e organizações para reforçar o trabalho nos postos de vacinação. Também provocou a Saúde para pensar em medidas de distanciamento social para eventos. A força-tarefa deverá se reunir com a pasta na próxima semana. O procurador lembrou, por outro lado, que os efeitos da Omicron são mais leves que os das variantes anteriores, o que facilita o retorno dos profissionais de saúde aos hospitais. Questionado sobre o risco de a falta de profissionais comprometer o atendimento de pacientes graves nas UTIs, o procurador negou. “Está havendo um empenho da central de regulação e dos hospitais privados. O próprio secretário trouxe os hospitais privados para contribuir com leitos, e estão sendo mobilizados os recursos humanos necessários. Eu acredito que o percentual [de internações] vai até diminuir”, opinou. Durante a coletiva de imprensa da Saúde para informar as ações de combate À pandemia, também nesta quarta, o secretário, Manoel Luiz Pafiadache, informou que a Secretaria de Economia liberou R$ 32 milhões para que o governo possa contratar, de forma temporária, 100 médicos e 362 técnicos de enfermagem. Os profissionais foram contratados justamente para repor os quadros. “Nossos servidores, que estão na linha de frente, em contato com o vírus, são humanos. É natural que alguns se contaminem. Precisam ser afastados. E nosso esforço é para repor essas forças na linha de frente”, disse. Já o secretário adjunto de Assistência à Saúde da Secretaria de Saúde do DF, Fernando Erick Damasceno, destacou, também na coletiva, que a contaminação de funcionários era esperada, por conta da alta transmissibilidade da variante Omicron. Segundo ele, uma das estratégias é a reposição rápida de força de trabalho, com horas extras cedidas e ampliadas e contratação temporária. A Secretaria de Saúde corre contra o tempo, também, para aumentar o número de leitos para pacientes com Covid-19. Nesta quarta (26), anunciou a reinauguração do Hospital Cidade do Sol. A unidade conta com 20 leitos de enfermaria e a meta é aumentar para 40 e outros 20 de UCI (Unidade de Cuidados Intermediários).