O presidente do BRB (Banco de Brasília), Paulo Henrique Costa, estima R$ 2 bilhões em lucro para os acionistas em cinco anos com a compra do Banco Master. A expectativa foi informada em reunião na tarde desta segunda-feira (7) com deputados da CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal). A compra do Banco Master tem sido alvo de questionamentos dos deputados distritais. Parte dos parlamentares defende que a CLDF participe da aprovação do negócio.“Nós mostramos a lógica inteira da operação e o impacto de resultado ao longo do tempo. E passamos uma expectativa de dividendos aos principais acionistas: aproximadamente R$ 2 bilhões em 5 anos”, disse Paulo Henrique.O banco seria comprado também por R$ 2 bilhões, na proposta apresentada pelo BRB. Atualmente, o governo do DF é o acionista majoritário do BRB, com 65,63% das ações.Os deputados distritais questionaram, no entanto, o fato de que o BRB não deterá o controle acionário do Banco Master. O contrato prevê a compra de 58% das ações. Mas, desse total, apenas 49% são ações ordinárias (com direito a voto nas decisões da empresa). “A compra do controle caracterizaria uma estatização do Banco Master. E uma série de benefícios, como expertise e tecnologias do banco, seriam perdidos. A operação deixaria de fazer sentido”, alegou Paulo Henrique.O deputado Fábio Felix (PSol) demonstrou preocupação: “Há uma opção ali de não ter o controle acionário, então a gente não vai ter certeza de como as decisões do Banco Master vão ser encaminhadas depois. Até que ponto essas decisões vão, de fato, passar pelo BRB, que é um banco público?”.Já o líder do governo, o distrital Hermeto (MDB), defendeu a operação e o crescimento do Banco de Brasília. “Quem era o BRB em 2019? Um banco quebrado, que só administrava folha de pagamento e consignado. O BRB está dando lucro e hoje é conhecido nacionalmente”, afirmou. “E o mais importante: quem autoriza é o Banco Central. A última palavra é do CADE ( Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e do Banco Central”, declarou.O deputado Joaquim Roriz Neto (PL) reforçou que a competência para aprovar a operação é do Banco Central e disse estar satisfeito com os esclarecimentos prestados. “Pessoalmente fico tranquilo com essa movimentação, depois de o presidente do BRB ter explicado que os ativos de grande risco vão ser retirados da operação e que, logo nos primeiros anos, o BRB vai receber muito mais do que pagar”, opinou.Em outro sentido, houve deputados que não se convenceram com as respostas dadas na ocasião. “Nós ficamos muito inseguros com essa operação. O BRB tem uma condição diferenciada. O pagamento dos servidores e de todos os programas sociais passa pelo BRB”, comentou Paula Belmonte (Cidadania), responsável pelo requerimento que convidou o presidente do BRB ao Legislativo.Ela também expressou a necessidade de ouvir novamente o presidente do BRB, mas em reunião pública. O encontro desta segunda foi exclusivo para os deputados distritais.Após o encontro, distritais ponderaram sobre a possibilidade de acionar a Justiça para que a decisão tramite pela Câmara Legislativa. Decano da Casa e membro da oposição ao governo, Chico Vigilante (PT) reflete que há normativo para incluir o Poder Legislativo na análise. “Do meu ponto de vista, tem que passar pela CLDF e tem documento sustentando isso — a Lei Orgânica do DF e a Constituição. Se tentarem enrolar dizendo que não vai passar na Câmara Legislativa, nós vamos judicializar para que a Constituição e a Lei Orgânica sejam cumpridas”, argumentou.Presidente da Casa, Wellington Luiz (MDB) — que é membro da situação — considerou a hipótese, mas vislumbrou outro cenário. “Se houver necessidade de judicializar, é nosso papel, e o banco entende isso. Mas não vi até agora elementos que nos forcem a essa situação”, pontuou.Com informações da Câmara Legislativa do Distrito FederalFique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp