A Polícia Federal apreendeu, nesta terça-feira (20), 7 veículos de luxo supostamente ligados a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, em Brasília.O empresário é apontado como o principal operador financeiro do esquema de fraudes que causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados e pensionistas.Segundo documento obtido pelo R7, os veículos apreendidos tem valor médio superior a mais de meio milhão de reais. A denúncia foi feita pela senadora Damares (Republicanos), que possui um gabinete no mesmo prédio. Dias antes da operação, o R7 esteve no local e fez fotos exclusivas dos veículos apreendidos.Antunes atuava como lobista intermediário financeiro entre entidades associativas e o INSS. De acordo com a PF, ele é sócio de 22 empresas, sendo que uma delas era mediadora de negociações e movimentos de recursos financeiros.As investigações ainda apontam que Antunes utilizou uma empresa registrada nas Ilhas Virgens Britânicas — consideradas paraíso fiscal — para adquirir quatro imóveis em São Paulo e Brasília.Além disso, o lobista teria alterado as declarações de renda mensal, que passaram de pouco mais de R$ 24 mil para até R$ 35 mil.No entanto, segundo os investigadores, essas movimentações financeiras de Antunes são superiores aos valores oficialmente declarados, somando milhões de reais em créditos e débitos.A operação da PF e da CGU foi deflagrada em abril e cumpriu 211 mandados judiciais, incluindo ordens de busca e apreensão, sequestro de bens, avaliados em mais de R$ 1 bilhão, e seis mandados de prisão temporária.As investigações apuram um esquema nacional de cobranças indevidas em benefícios do INSS.Conforme as apurações, aposentados e pensionistas foram alvo de descontos não autorizados de mensalidades associativas, aplicados diretamente sobre os valores de aposentadorias e pensões.O prejuízo estimado chega a R$ 6,3 bilhões, acumulados entre os anos de 2019 e 2024. Ao menos 11 entidades são suspeitas.Conforme a Polícia Federal, algumas das entidades e associações envolvidas no esquema não possuíam qualquer estrutura para oferecer os serviços contratados. Além disso, foram identificadas inconsistências nos cargos de presidência.Em um dos casos analisados, em maio de 2021, a instituição era presidida por uma idosa de 81 anos.Em outro caso, a presidência era ocupada por uma mulher de 86 anos, pensionista do serviço público federal. Além disso, ela está inscrita no CadÚnico (Cadastro Único) — sistema do governo federal responsável pelo registro de famílias beneficiárias de programas sociais — com uma renda per capita de R$ 1.320.Sob supervisão de Leonardo MeirelesFique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp