O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne, na tarde desta quarta-feira (6), com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Ana Moser (Esporte) e o advogado-geral da União, Jorge Messias, no Palácio da Alvorada. Existe a expectativa, entre aliados do petista, de que ocorra um anúncio sobre a reforma ministerial, cujas negociações vêm se estendendo há meses.
Na troca ministerial que firma com partidos do centrão, Lula ofereceu ao PP o comando do Ministério do Esporte. Para assumir a pasta, no entanto, o partido exigiu que o orçamento para o ano que vem seja ampliado e também pediu que o ministério tenha novas secretarias.
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O ministério passou a ser cogitado para a reforma porque Lula não encontrou um meio-termo com o PP em relação ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Lula não quis demitir o atual ministro, Wellington Dias, e o centrão não queria que a pasta fosse "desidratada", como chegou a cogitar o presidente.
Nesta terça-feira (5), Lula teve um encontro com Ana Moser e a avisou sobre a negociação com o PP. O presidente disse que a ministra seria demitida para abrir espaço ao partido. O nome do PP para integrar o corpo ministerial de Lula é o deputado André Fufuca (MA).
Como noticiou o Blog da Christina Lemos, o Ministério do Esporte tornou-se atraente a partir da perspectiva de um aumento bilionário na arrecadação com a aplicação das regras da medida provisória que permite a taxação de apostas esportivas. O governo deve criar uma Secretaria das Apostas Esportivas para regular e acompanhar a tributação das casas de apostas, e a tendência é que essa estrutura fique vinculada à pasta.
O PP quer turbinar os recursos do ministério para que não fique à frente de uma pasta sem capilaridade. No Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, apresentado ao Congresso Nacional, o governo prevê apenas R$ 607,8 milhões para o Esporte, valor inferior ao reservado para 2023, que foi de quase R$ 1,3 bilhão.
Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais nesta terça, Lula admitiu que pode trocar ministros do governo para abrir espaço a partidos do centrão que querem ingressar na Esplanada dos Ministérios. "É sempre muito difícil você chamar alguém para dizer: 'Olha, vou precisar do ministério, porque fiz acordo com um partido político e preciso atender'. Mas essa é a política", afirmou.