A comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (9) a convocação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Os deputados querem que Dino apresente as ações da pasta para impedir invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).• Compartilhe esta notícia no Whatsapp• Compartilhe esta notícia no Telegram Apenas em abril deste ano, o movimento fez atos em ao menos 11 locais em Pernambuco, no Ceará, em Minas Gerais e em Alagoas. Dino foi à comissão da Câmara em abril, para discutir o decreto do governo federal que dificultou o acesso da população às armas de fogo. A reunião do colegiado terminou em tumulto. O requerimento para que o ministro compareça novamente à comissão da Câmara foi feito pelo deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS). Ao R7, o parlamentar justificou o novo pedido. "Aquela sessão foi interrompida em função de debates entre oposição e governo, e a pauta relacionada a invasões de propriedades privadas não foi contemplada. Então, reapresentamos a convocação. Agora, aguardaremos a data especificada pelo ministro, para escutá-lo sobre as invasões de propriedades privadas no tocante à segurança pública. Queremos abordar e falar um pouco sobre o que o ministério está fazendo ou poderia ter feito em relação às invasões", declarou Zucco. No requerimento que a comissão aprovou nesta terça (9), o deputado pede que o ministro esclareça o "impacto que os movimentos de invasões de terras provocam na segurança urbana e rural" e explique "quais medidas serão tomadas" em relação a esse impacto. O ministro esteve na Comissão de Segurança Pública do Senado na manhã desta terça (9), onde rebateu acusações de ser debochado e arrogante. Ao senador Eduardo Girão (Novo-CE), Dino chegou a mencionar "perseguição". "Riso não é crime, riso é bom. Você fala de pacificação, eu tenho tentado trazer pacificação. Você fala de arrogância, mas eu sou o ministro que mais veio ao Congresso, fico horas e horas debatendo os mesmos assuntos. Isso é ser arrogante? Ao todo, são 55 convites da Câmara e do Senado, mas venho todas as vezes, eu acho que é até uma perseguição. Se querem debater comigo, debatam, ou querem que eu ouça calado? Isso é democrático. Venho todas as vezes, mas não me peçam que eu venha calado, porque não posso renunciar ao meu direito de responder", declarou Dino. Em resposta às ações do MST, produtores rurais da Bahia lançaram o Movimento Invasão Zero. O grupo conta 220 cidades participantes, em 16 núcleos regionais. Eles alegam omissão das forças de segurança e do governo baiano para conter as invasões dos movimentos sociais. A intenção dos empresários é expandir o movimento para todo o país.
