Apesar de serem ocupadas predominantemente por pessoas de renda média e baixa, algumas áreas irregulares do DF abrigam condomínios de luxo. De acordo com o arquiteto e professor da FAU-UnB (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília) Frederico Flósculo, o caso mais emblemático é o condomínio Village Alvorada, que fica a aproximadamente 500 metros do Palácio da Alvorada. — O condomínio tem visão da piscina da Dilma. O dia que ela colocar um maiô para tomar banho na piscina, todo mundo vê. Mas nunca mais houve invasão de luxo como essa. A turma da classe alta tem se afastado desse panorama de grilagem de terra, com exceção de condomínios de luxo que estão surgindo na bacia do São Bartolomeu, atrás do Jardim Botânico. A situação dos condomínios de luxo, com toda infraestrutura existente nas áreas regulares do DF, contrasta com os condomínios ocupados por famílias de renda mais baixa. Um exemplo é Vicente Pires, uma região administrativa que não tem rede de esgoto por se tratar de uma área sem regularização. — É impossível que um condomínio receba infraestrutura como rede de água, esgoto e telefone sem que o governo seja cúmplice desse processo de apoio à grilagem. Os grileiros contavam com ajuda do governo na década de 90. A grilagem era uma política pública. Leia mais notícias no R7 DFVeja as casas e apartamentos mais luxuosos do Distrito Federal disponíveis para aluguel O diretor de Regularização da Codhab (Companhia de Desenvolvimento Habitacional), Luciano Sales, afirma que o governo não precisa esperar a regularização das áreas para fazer obras de infraestrutura no local, que podem ser demandadas por decreto do governo. Com pelo menos 502 áreas não legalizadas e pelo menos outras 25 em processo de regularização, 25% do território do Distrito Federal são irregulares. As informações são da Sedhab (Secretaria de Habitação Regularização e Desenvolvimento Urbano). De acordo com o órgão que cuida do tema, o problema começou no começo dos anos 70, com o crescimento acelerado do DF e a lentidão do governo em delimitar novas áreas para abrigar a população. A partir de então, começaram a surgir os chamados condomínios, constituídos basicamente por famílias de classe média em terras públicas invadidas ou em terras privadas loteadas ilegalmente. A negligência do governo e a falta de fiscalização fizeram a situação se agravar a partir das décadas seguintes, surgindo também as áreas irregulares ocupadas por famílias de renda baixa.