Conheça o perfil da banca organizadora do Concurso Nacional Unificado
Fundação Cesgranrio é conhecida por elaborar questões objetivas e claras; especialistas dão dicas para encarar o ‘Enem dos Concursos’
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília
Conhecer o perfil da banca escolhida para organizar o CNU (Concurso Nacional Unificado) e outras seleções importantes com edital aberto pode ser uma vantagem importante para o candidato. O R7 ouviu dois especialistas em aprovação para saber o que esperar das provas elaboradas pela Fundação Cesgranrio. Veja a seguir o que você precisa saber para se preparar melhor para provas como a do “Enem dos Concursos”, da Caixa e a do BNDES.
As provas da Cesgranrio focam muito no tema inclusão, informa o professor Deodato Neto. Estude bem os detalhes de inclusão, de igualdade social e direitos dos povos indígenas, sustentabilidade e os desafios do Estado para garantir a democracia. Outro ponto que pode ser abordado nas próximas provas da banca trata das novas tecnologias como Inteligência Artificial e o desafio que elas impõem ao Estado.
O especialista destaca que a instituição é conhecida pelos concurseiros mais experientes por cobrar todo o conteúdo do edital e por formular provas com nível médio de dificuldade, com enunciados objetivos e curtos. As questões são de múltipla escolha e apresentam cinco opções.
Outro ponto de atenção destacado por Deodato é que a Cesgranrio não reaproveita questões de provas anteriores. Em vez disso, a fundação pode voltar a abordar assuntos usados em outras provas, mas alterando alguns dados. “Por isso, é importante que o candidato resolva muitas questões de concursos anteriores para se familiarizar com a banca”, recomenda.
Deodato alerta para as questões de informática. “Vem bem ‘pesada’ e vai cobrar muito as inovações, como, por exemplo, educação de inteligência artificial”, afirma. Segundo o professor, entre os assuntos de destaque estão as áreas de comportamentos digitais e inteligência emocional de liderança. “Líder digital é um assunto que pode ser muito cobrado pela Cesgranrio. O marketing digital, também. É importante focar bastante em tudo o que é novo”, alerta.
Outro alerta do professor é que a prova específica para técnico de informação vai exigir muito do candidato. “São conceitos relacionados a praticamente tudo que envolve tecnologia, entre eles os sistemas gerenciadores de banco de dados, função de comunicação de inteligência artificial e comportamentos digitais, por exemplo.”
Segundo o professor de língua portuguesa Fabrício Dutra, a Cesgranrio privilegia tanto a correção gramatical quanto a interpretação de texto. A redação costuma abordar temas atuais e que tenham relação com órgão para o qual o candidato presta o concurso. “Esteja bem informado dos temas relevantes da atualidade e conheça bem as atribuições do órgão para o qual pretende entrar”, aconselha.
Redação
O professor Fabrício Dutra afirma que não se deve fugir do tema proposto na prova. “O candidato tem que estar muito atento ao tema, além de bem informado. É preciso saber introduzir e desenvolver o assunto pedido.”
“A forma fica em segundo plano. O candidato que cometer algum deslize ortográfico ou gramatical perde poucos pontos. No caso da Cesgranrio, as maiores atenções são em fuga do tema, uso de assuntos paralelos, falha argumentativa e falta de coesão no texto”, diz o especialista.
“A dica é saber utilizar bem os recursos coesivos, como pronomes e conjunções. O candidato deve também ficar atento à articulação entre os parágrafos. Não são parágrafos independentes. Eles precisam ter uma conexão semântica e sintática. Então, um parágrafo prepara o terreno para o outro. Deve haver nexo, existir uma ligação entre eles. E a falta da coesão, de coerência e, principalmente, de capacidade argumentativa, tiram pontos do candidato”, diz o professor.
Dutra comenta que o candidato deve se informar e praticar a argumentação. “Leia muito, se informe muito para, na hora da redação, saber o que escrever. Redação em concurso não é inspiração. É técnica, prática e estratégia. Ao treinar, nunca é demais fazer e refazer um texto sobre o mesmo tema até ele ficar ideal.”