Conhecer o perfil da banca escolhida para organizar o CNU (Concurso Nacional Unificado) e outras seleções importantes com edital aberto pode ser uma vantagem importante para o candidato. O R7 ouviu dois especialistas em aprovação para saber o que esperar das provas elaboradas pela Fundação Cesgranrio. Veja a seguir o que você precisa saber para se preparar melhor para provas como a do “Enem dos Concursos”, da Caixa e a do BNDES.As provas da Cesgranrio focam muito no tema inclusão, informa o professor Deodato Neto. Estude bem os detalhes de inclusão, de igualdade social e direitos dos povos indígenas, sustentabilidade e os desafios do Estado para garantir a democracia. Outro ponto que pode ser abordado nas próximas provas da banca trata das novas tecnologias como Inteligência Artificial e o desafio que elas impõem ao Estado.O especialista destaca que a instituição é conhecida pelos concurseiros mais experientes por cobrar todo o conteúdo do edital e por formular provas com nível médio de dificuldade, com enunciados objetivos e curtos. As questões são de múltipla escolha e apresentam cinco opções.Outro ponto de atenção destacado por Deodato é que a Cesgranrio não reaproveita questões de provas anteriores. Em vez disso, a fundação pode voltar a abordar assuntos usados em outras provas, mas alterando alguns dados. “Por isso, é importante que o candidato resolva muitas questões de concursos anteriores para se familiarizar com a banca”, recomenda.Deodato alerta para as questões de informática. “Vem bem ‘pesada’ e vai cobrar muito as inovações, como, por exemplo, educação de inteligência artificial”, afirma. Segundo o professor, entre os assuntos de destaque estão as áreas de comportamentos digitais e inteligência emocional de liderança. “Líder digital é um assunto que pode ser muito cobrado pela Cesgranrio. O marketing digital, também. É importante focar bastante em tudo o que é novo”, alerta.Outro alerta do professor é que a prova específica para técnico de informação vai exigir muito do candidato. “São conceitos relacionados a praticamente tudo que envolve tecnologia, entre eles os sistemas gerenciadores de banco de dados, função de comunicação de inteligência artificial e comportamentos digitais, por exemplo.”Segundo o professor de língua portuguesa Fabrício Dutra, a Cesgranrio privilegia tanto a correção gramatical quanto a interpretação de texto. A redação costuma abordar temas atuais e que tenham relação com órgão para o qual o candidato presta o concurso. “Esteja bem informado dos temas relevantes da atualidade e conheça bem as atribuições do órgão para o qual pretende entrar”, aconselha.O professor Fabrício Dutra afirma que não se deve fugir do tema proposto na prova. “O candidato tem que estar muito atento ao tema, além de bem informado. É preciso saber introduzir e desenvolver o assunto pedido.”“A forma fica em segundo plano. O candidato que cometer algum deslize ortográfico ou gramatical perde poucos pontos. No caso da Cesgranrio, as maiores atenções são em fuga do tema, uso de assuntos paralelos, falha argumentativa e falta de coesão no texto”, diz o especialista.“A dica é saber utilizar bem os recursos coesivos, como pronomes e conjunções. O candidato deve também ficar atento à articulação entre os parágrafos. Não são parágrafos independentes. Eles precisam ter uma conexão semântica e sintática. Então, um parágrafo prepara o terreno para o outro. Deve haver nexo, existir uma ligação entre eles. E a falta da coesão, de coerência e, principalmente, de capacidade argumentativa, tiram pontos do candidato”, diz o professor.Dutra comenta que o candidato deve se informar e praticar a argumentação. “Leia muito, se informe muito para, na hora da redação, saber o que escrever. Redação em concurso não é inspiração. É técnica, prática e estratégia. Ao treinar, nunca é demais fazer e refazer um texto sobre o mesmo tema até ele ficar ideal.”