Brasília Coronel da PM diz que havia uma 'máfia do Pix' em acampamento em frente ao QG do Exército

Coronel da PM diz que havia uma 'máfia do Pix' em acampamento em frente ao QG do Exército

Jorge Eduardo Naime Barreto afirmou à CPI da Câmara Legislativa que havia constantes pedidos de dinheiro a manifestantes

  • Brasília | Luiz Calcagno, do R7, em Brasília

À frente, o coronel da Polícia Militar do DF Jorge Eduardo Naime Barreto

À frente, o coronel da Polícia Militar do DF Jorge Eduardo Naime Barreto

PMDF/Divulgação - Arquivo

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa nesta quinta-feira (16), o coronel da Polícia Militar do DF Jorge Eduardo Naime Barreto relatou pedidos constantes de dinheiro via Pix feitos por supostas lideranças do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

O depoente chamou os pedidos de "máfia do Pix". Havia, também, um comércio de aluguel de tendas para comerciantes a R$ 500 ou R$ 600 por dia, segundo o militar.

Naime era o chefe do Departamento de Operações (DOP) da PM, que articula e prepara tropas para eventos como as manifestações de 8 de janeiro. Na data, porém, ele estava de folga.

Divergências internas

De acordo com o coronel, em uma reunião de lideranças com a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública do DF, os manifestantes divergiram sobre permanecer no local ou descer para a Esplanada dos Ministérios.

"Uma das grandes discussões que se tinha nessa reunião era um grupo querendo descer na Esplanada e outro querendo permanecer no acampamento. E as discussões eram a questão do Pix. Chegaram a acusar que a pessoa queria ficar no acampamento fazendo pedido de Pix”, afirmou.

Os pedidos eram feitos, muitas vezes, em cima de um carro de som que permanecia constantemente em frente ao Quartel-General, conta. Segundo ele, o equipamento era usado para manter a mobilização dos presentes, para gritar palavras de ordem e para pedir a interferência do Exército no Estado.

Efetivo preparado

Em outro momento da sessão da CPI, Naime contou que a PM chegou a disponibilizar 500 homens para retirar os manifestantes. Apesar disso e das diversas reuniões com o Exército para planejar a desmobilização do acampamento, o Comando Militar do Planalto nunca seguia com os planos, segundo ele.

Em 8 de janeiro, após os atos de vandalismo, os militares usaram blindados e homens para impedir que os policiais retirassem os manifestantes do acampamento. O uso de equipamentos oficiais para impedir uma ação do Estado também será alvo de investigação da CPI, segundo o presidente do colegiado, Chico Vigilante (PT).

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