Saulo Moura foi nomeado em 1º de janeiro por Lula
Foto: Edilson Rodrigues/Agência SenadoA Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) ouve nesta quinta-feira (26) o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha.
Em 8 de janeiro, quando ocorreu a depredação de prédios públicos na praça dos Três Poderes, Cunha estava à frente da agência de forma interina. Ele deixou o cargo no começo de março.
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O ex-diretor-adjunto chegou a depor na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Congresso Nacional em agosto e afirmou que a Abin cumpriu os deveres institucionais. Ao colegiado, Cunha disse que tentaria esclarecer como funcionavam os alertas enviados pela agência aos órgãos responsáveis, sem, no entanto, revelar as ferramentas, fontes e métodos que comprometessem o trabalho de inteligência da Abin.
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O depoimento de Cunha faz parte de um movimento dos deputados de oposição da Câmara Legislativa do DF parecido com o visto no Congresso. Os parlamentares alegam uma possível omissão do governo federal no 8 de Janeiro.
Para esta quinta-feira, inicialmente estava previsto o depoimento do coronel da Polícia Militar Reginaldo de Souza Leitão. No entanto, ele apresentou um atestado médico, válido até a próxima segunda-feira (30). O PM teria integrado um grupo de mensagens que trocava informações sobre a organização dos atos antidemocráticos. Leitão foi reconvocado e será ouvido no dia 16 de novembro.
A Abin era um dos órgãos responsáveis por comunicar às autoridades informações colhidas, por exemplo, sobre o acampamento em frente ao quartel-general do Exército em Brasília. Em depoimento à CPI do DF, o general Carlos José Assumpção Penteado, ex-número 2 do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou que os avisos foram retidos pelo então ministro-chefe do GSI, o general Gonçalves Dias.
Penteado declarou aos deputados distritais que todas as ações conduzidas pelo GSI estariam "diretamente relacionadas à retenção [dos alertas da Abin] pelo ministro Gonçalves Dias" e que os relatórios "não foram disponibilizados oportunamente para que fosse acionado o Plano Escudo" antes da invasão dos prédios dos Três Poderes.