CPI: ex-secretário da Anvisa nega ter presenciado pedido de propina
José Santana compareceu a jantar em que Dominghetti disse ter recebido pedido de propina de ex-diretor de Logística da Saúde
Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília
O ex-secretário-executivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) José Ricardo Santana disse nesta quinta-feira (26/8), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que não presenciou pedido de propina em restaurante em Brasília, no dia 25 de fevereiro, em que foi denunciado suposta solicitação de vantagem indevida por parte de servidor público.
O referido jantar é o relatado inicialmente pelo cabo da Polícia Militar de Minas Gerais (PM-MG) Luiz Paulo Dominghetti, apontado como vendedor autônomo de vacina da empresa estadunidense Davati Medical Supply. Segundo ele, no local, estava Dias e Santana. Na ocasião, ao tentar vender 400 milhões de doses da vacina da Astrazeneca, o ex-servidor do ministério pediu propina de US$ 1 por dose. Dias negou qualquer pedido de propina e disse que estava no local para tomar um "chope" com um amigo, que é Santana.
O depoente negou ter presenciado pedido de vantagem indevida. "Eu tinha um encontro com o Roberto Dias. Nós estávamos... enfim, sentados à mesa. E, posteriormente, houve a chegada de mais duas pessoas. Então, essa foi a dinâmica. Não sei precisar quanto tempo eles ficaram ali conosco, mas acredito que uns 20 minutos. E foi isso", afirmou.
Santana disse não lembra dos pontos tratados na conversa, tampouco do desfecho. "Estávamos falando amenidades. Eu lembro que o representante, o senhor Luiz Paulo Dominguetti, claramente era uma pessoa que não fornecia amplo conhecimento na área da saúde. E foi isso. Não teve... Não me lembro de nada específico nessa questão de pontos tratados. Estavam ali, ficaram algum tempo e foram embora", pontuou. Ele afirmou que tinha combinado de se encontrar com Dias no local, mas que não lembra de quem foi a iniciativa.