De medalhas a arma de Marechal Deodoro; veja objetos que sumiram de museus
Bens culturais como medalhas, coleção de moedas e castiçais desapareceram há décadas e até hoje não foram encontrados
Brasília|Iasmim Albuquerque*, do R7, em Brasília
O Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) registrou 360 objetos culturais desparecidos desde 1985 por roubo ou furto em museus. A lista inclui medalhas, utensílios de casa, coleção de dinheiro, castiçais e até a arma usada por Marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do Brasil. Segundo o instituto, até este ano, nenhum desses itens foi localizado. Veja abaixo alguns dos itens procurados:
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Medalha do Banco do Brasil
Em quase 40 anos, o Brasil teve 15 medalhas desparecidas que foram incluídas na lista. Entre elas, a medalha comemorativa de 30 anos do Banco do Brasil e a medalha do 1º centenário de nascimento do político Ruy Barbosa.
Cama de madeira
Em 2012, uma cama rústica de madeira que estava exposta no Museu da Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, foi furtada. No mesmo ano, uma cômoda papeleira com quatro gavetas também desapareceu do Museu da Casa Brasileira, em São Paulo.
Arma de Marechal Deodoro da Fonseca
Uma arma de dois canos, conhecida como espoleta, desapareceu do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. O revólver pertencia ao primeiro presidente do Brasil, Marechal Deodoro da Fonseca. O objeto sumiu em maio de 2022.
Coleção de moedas antigas
Em 2018, uma coleção de notas e moedas antigas com os modelos do cruzeiro, cruzado e conto de réis desapareceu do Museu Municipal Dr. Joaquim Ernesto Coelho, em Minas Gerais. De acordo com o boletim de ocorrência, não foi estimado o valor dos itens que sumiram.
Veja outros itens da lista
Furto em Brasília
Em julho deste ano, um cachimbo indígena desapareceu do museu do Sesi Lab, em Brasília. O objeto pertencia ao acervo cultural do Distrito Federal desde 1999 e estava protegido por uma redoma de vidro no primeiro andar do museu. O artefato pertencia à tribo Tapajó e costumava ser exposto no Museu dos Povos Indígenas. Por se tratar de um patrimônio, a Interpol foi acionada.
Objetos em risco de tráfico
Em 2023, o Conselho Internacional de Museus criou a Red List Brasil (Lista vermelha) para proteger bens culturais que estão mais propícios ao contrabando e à comercialização ilegal no mercado internacional. O documento inclui manuscritos, mapas, livros, fotografias, artefatos arqueológicos e outros representativos da construção de diversidade cultural brasileira.
Muitos dos itens que somem nos museus do Brasil são levados ilegalmente para outros países. Em dezembro do ano passado, o governo do Ceará repatriou 998 fósseis exportados ilegalmente para a França, a maior repatriação cultural da história do Brasil.
Em junho, uma obra literária furtada em 2008 do Museu Emílio Goeldi, em Belém (PA), foi recuperada pela Polícia Federal no Reino Unido.
No mês passado, a PF recuperou 16 peças históricas de um total de 17 objetos furtados do Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte. Todos os itens são tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
*Sob supervisão de Augusto Fernandes