O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa neste sábado (16) em Havana, capital de Cuba, da Cúpula do G77+China, que tem como tema "os desafios atuais do desenvolvimento: o papel da ciência, da tecnologia e da inovação". Nos próximos dias, o líder brasileiro vai participar da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. Entre os objetivos de Cuba, que assumiu a presidência do G77 neste ano, estão ampliar a atuação em conjunto dos países em desenvolvimento em negociações multilaterais, inclusive, nos assuntos relacionados à mudança do clima, promover a solidariedade e a cooperação internacional na recuperação pós-pandemia de Covid-19 e impulsionar a reforma da governança financeira internacional.•Compartilhe esta notícia no WhatsApp•Compartilhe esta notícia no Telegram Os países devem adotar uma declaração no fim do evento, que vem sendo negociada nos últimos meses e visa aprimorar a Cooperação Sul-Sul. O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou que o texto deve trazer uma perspectiva progressista e de alcance universal. O G77 foi fundado em 1964, quando 77 países do então chamado "terceiro mundo" decidiram se unir para poder defender posições em comum diante de nações mais industrializadas. Durante o funcionamento do organismo, os Estados vêm exigindo seu direito ao desenvolvimento econômico e social de forma igualitária. Atualmente, são 133 integrantes mais a China, que passou a se reunir com o G77 em 1992 e, de lá para cá, presta apoios financeiro e político, mas apenas de forma externa. No total, são 32 países da América Latina e Caribe, 55 da África, 38 da Ásia e 9 da Oceania. O grupo representa dois terços de todas as nações afiliadas à Organização das Nações Unidas (ONU) e cerca de 80% da população mundial. "Os objetivos são a consolidação da unidade de influência dos países em desenvolvimento em negociações multilaterais, inclusive. Em matérias de mudança do clima, a promoção da solidariedade da cooperação internacional no contexto da recuperação pós-pandemia de Covid-19 e o impulso à reforma da governança financeira internacional", disse o embaixador Carlos Márcio Cozendey, secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Itamaraty. Ainda neste sábado, Lula vai ter compromissos bilaterais. Pela manhã, às 10h30 (horário local), ele se encontra com o diretor-geral da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO), Qu Dongyu. À tarde, se reúne com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, no Palácio do Governo. Depois da agenda em Cuba, Lula embarca ainda neste sábado para Nova York, nos Estados Unidos. A agenda deste domingo (17) e desta segunda-feira (18) ainda estão em aberto e, na terça-feira (19), ele faz o tradicional discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU. Essa será a oitava vez que Lula vai abrir o evento. Nos oito anos em que governou o Brasil em seus dois primeiros mandatos, ele deixou de comparecer apenas em 2010. Neste ano, a Assembleia-Geral da ONU contará com o anúncio de medida em conjunto do petista com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em torno de uma iniciativa em defesa do trabalho decente. Para isso, Lula deve se encontrar com Biden na quarta (20) para fechar arestas. O trabalho decente faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, definidos pela ONU em 2015. Entre as ações propostas estão, até 2030, alcançar o emprego pleno e produtivo e o trabalho decente para todas as mulheres e todos os homens, inclusive para os jovens e as pessoas com deficiência, e a remuneração igual para trabalho de igual valor.