A escalada militar entre Israel e Irã fez com que brasileiros ficassem presos em zonas de risco e impedidos de retornar ao país, entre eles autoridades estaduais e municipais que cumpriam agenda oficial em Israel. A situação impõe um desafio ao Governo do Brasil, que ainda não montou um plano para buscar os brasileiros que ficaram isolados em meio a conflito.Os pedidos por uma missão de repatriação ganharam pressão do Congresso Nacional, que solicitou ao Itamaraty medidas para viabilizar o retorno de autoridades presas em Israel. Pelo menos duas delegações estavam no país quando o ataque ao Irã ocorreu. Não há uma confirmação de quantos brasileiros estão na zona de guerra.O grupo aguarda pela reabertura do espaço aéreo para poder retornar ao Brasil. Até esta sexta-feira (13), no entanto, não havia qualquer estimativa de quando a circulação de voos deve retomada no país. Conforme apurou o R7, comunicados trocados pela Embaixada de Israel em Brasília indicam que o espaço aéreo seguirá restrito por ao menos 48h, mas esse prazo pode ser ampliado.Duas delegações brasileiras ficaram impedidas de voltar ao Brasil e estão presas em Israel. Entre as autoridades que não conseguiram deixar o país, estão:Na lista, também há secretários estaduais ou municipais e representantes de associações de Distrito Federal, Goiás, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Sergipe, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Maranhão e Pará.As delegações foram ao país para ações de cooperação ao desenvolvimento regional e inovação.Segundo a embaixada de Israel, o Ministério de Relações Exteriores garante que o grupo está seguro e com acesso a áreas protegidas, mas não há previsão de quando o grupo poderá voltar ao Brasil.“O Ministério das Relações Exteriores de Israel mantém contato constante com os grupos e está trabalhando nas soluções que vão viabilizar o retorno dos participantes que desejarem regressar ao Brasil assim que o espaço aéreo for reaberto”, diz trecho do comunicado.O Itamaraty não respondeu a respeito do retorno dos brasileiros que estão em Israel ou do início das ações no Irã até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado em caso de retorno.Em comunicados anteriores, o Ministério das Relações Exteriores condenou os ataques e recomendou que brasileiros evitem viagens a Israel, Jordânia, Iraque, Irã, Líbano, Palestina e Síria.A tensão no Oriente Médio vem crescendo desde o ano passado e teve seu último episódio no ataque de Israel, na quinta-feira (12), contra o programa nuclear iraniano e a capital Teerã. Professor de Relações Internacionais da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Rodrigo Amaral considera que os próximos passos do conflito devem ser de menor alcance militar. O especialista em Oriente Médio também considera que a situação entre Israel e Irã não deve escalar para uma guerra generalizada. A perspectiva pode beneficiar brasileiros que estão na região.“Não vejo uma possibilidade de guerra total. Ninguém ganha com isso, nem o Irã, nem Israel e nem os Estados Unidos monitoram isso de perto. Uma guerra regional com potências militares desse tamanho seria custoso”, diz.Segundo Effie Defrin, porta-voz do IDF (Forças de Defesa de Israel), o Irã “está mais perto do que nunca de conseguir uma arma nuclear” e, por isso, Israel “não teve escolha”.A alegação do IDF é que o Irã tem urânio enriquecido o suficiente para construir várias bombas em poucos dias. “Hoje, o Irã está mais perto do que nunca de obter uma arma nuclear. Armas de destruição em massa nas mãos do regime iraniano são uma ameaça existencial ao Estado de Israel e ao mundo em geral”, afirmou o IDF.Em pronunciamento, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que esse momento é “decisivo na história de Israel”. Netanyahu ainda afirmou que a operação continuará pelos próximos dias.“Há alguns momentos, Israel lançou a Operação Leão Ascendente, uma operação militar direcionada para conter a ameaça iraniana à sobrevivência de Israel. Esta operação continuará pelos dias necessários para eliminar essa ameaça”, disse.O Exército do Irã deixou uma mensagem nas redes sociais: “Lembre-se, nós não iniciamos isso”.“Nunca seja você quem convida alguém para lutar (não seja o agressor na guerra), mas se alguém o chamar para a batalha, atenda ao chamado (e não seja negligente na guerra sagrada contra o inimigo), pois aquele que convida para lutar é um tirano — e um tirano sempre é derrotado”, diz o texto.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp