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Governo prepara fundo de até R$ 6 bi para empresas aéreas e negocia redução do preço do combustível

Ministro Costa Silho espera apresentar plano para diminuir custo do querosene na próxima semana; fundo é negociado com BNDES

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Fundo deve ser anunciado nos próximos 10 dias
Fundo deve ser anunciado nos próximos 10 dias Fundo deve ser anunciado nos próximos 10 dias (Wilson Dias/Agência Brasil - 23.01.2024)

O governo federal prepara um fundo de apoio para empresas aéreas que pode chegar a R$ 6 bilhões, informou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, nesta quarta-feira (24), depois de uma reunião no Palácio do Planalto. A expectativa é lançar o plano, em parceria com o Ministério da Fazenda e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nos próximos 10 dias. Em paralelo, o Executivo negocia com a Petrobras a redução do preço do querosene de aviação (QAV), combustível das aeronaves.

"Nos próximos 10 dias, em construção com [Fernando] Haddad [ministro da Fazenda] e [Aloizio] Mercadante [presidente do BNDES], vamos apresentar ao país um fundo de financiamento da aviação brasileira, de aproximadamente de R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões, para que empresas aéreas possam buscar crédito, se capitalizar e ampliar investimentos na aviação, desde renegociamento de dívidas, investimentos em manutenção e compra de novas aeronaves", explicou Costa Filho. 

Segundo o ministro, a Petrobras tem resistido à redução do custo do QAV. "Estamos discutindo em relação à remodelagem do QAV. Há uma sensibilidade da Petrobras de discutir a questão do QAV, e estamos vendo a melhor formatação, em discussão com as companhias aéreas e a Petrobras. A gente precisa avançar ainda mais para ter redução de custos operacionais", destacou, ao afirmar que houve redução no preço do QAV no ano passado devido ao cenário internacional.

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Em dezembro, a Associação do Transporte Aéreo Internacional (IATA) solicitou ao governo e à Petrobras a revisão do mecanismo de preços do querosene de aviação no Brasil.

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"A posição de monopólio da Petrobras e os custos administrativos adicionais cobrados resultam em preços de querosene de aviação artificialmente inflacionados. Além disso, uma pesada carga tributária sobre o querosene para voos domésticos impacta ainda mais negativamente a competitividade do setor. Consequentemente, o querosene de aviação representa cerca de 40% dos custos totais para as empresas aéreas brasileiras, enquanto a média mundial está atualmente em torno de 30%, em um momento de preços excepcionalmente altos em todo o mundo", disse a associação.

A Petrobras é o único importador de QAV do país e detém, atualmente, 93% da produção nacional. Apesar disso, a estatal estaria praticando valores acima do preço de paridade de importação. 

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Costa Filho não detalhou se os investimentos que podem chegar a R$ 6 bilhões serão colocados no Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) — gerido pela Secretaria Nacional de Aviação Civil, ligada ao Ministério de Portos e Aeroportos — ou se serão incluídos em um novo fundo. 

"Depois de avançarmos no QAV e na questão de novas operações de créditos através desse fundo, queremos discutir com o Poder Judiciário a judicialização e a necessidade de compra de novas aeronaves. Temos discutido com novas companhias aéreas que querem vir para o Brasil, não só internacionais, mas grupos de investidores brasileiros que querem também fazer novas companhias aéreas no Brasil, o fortalecimento da aviação regional e a melhoria dos nossos aeroportos", completou. 

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Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) destacou as iniciativas do Executivo. "A Abear e as empresas aéreas brasileiras têm participado de discussões com o governo federal sobre o enfrentamento dos custos e o fortalecimento do setor aéreo no Brasil. Neste momento, estão em pauta medidas de curto, médio e longo prazo, como a utilização do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC) como garantia para linhas de crédito para as empresas, além de políticas que visem a redução do preço do querosene de aviação (QAV)", escreveu.

"A Abear reconhece o esforço empreendido pelo governo federal, especialmente, pela interlocução e coordenação do ministro Silvio Costa, e seguirá em contato permanente para uma agenda conjunta e estruturante para o mercado de transporte aéreo", acrescentou. 

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