Brasília Governo pressiona por investimentos no Fundo Amazônia, mas não há garantia de repasses

Governo pressiona por investimentos no Fundo Amazônia, mas não há garantia de repasses

Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação pediu que União Europeia 'chegue mais junto' para auxiliar o Brasil no tema

  • Brasília | Bruna Lima, do R7, em Brasília

Ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, se reúne com embaixador da Itália

Ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, se reúne com embaixador da Itália

Bruna Lima/R7 - 13.3.2023

Sem o aporte imediato dos Estados Unidos ao Fundo Amazônia, o governo federal concentra esforços para captar investimentos da União Europeia. A Itália, entretanto, negou a possibilidade de enviar recursos ao Brasil. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, cobrou, nesta segunda-feira (13), que o bloco europeu "chegue mais junto, com mais investimentos, para as metas de descarbonização" em evento na embaixada italiana em Brasília.

Ao R7, o embaixador italiano em Brasília, Francesco Azzarello, disse que "o Brasil não é um país onde colocamos financiamento para o desenvolvimento". A justificativa é que o país europeu não enxerga o Brasil como uma nação em desenvolvimento. "É um país muito rico, protagonista e forte", disse.

Azzarello afirmou, entretanto, que o diálogo acontece e que há, no plano geral do bloco europeu, a discussão mirando a contribuição financeira ao Fundo Amazônia. "O desejo da Itália e do Brasil é de fortalecer, com prioridades no clima, biodiversidade. Fazer do mundo sustentável para as futuras gerações", disse o embaixador, focando na cooperação ao desenvolvimento científico.

descarbonização da economia, ou seja, a redução das emissões do gás dióxido de carbônico, é saída apontada por ambientalistas para enfrentar crises climáticas e, neste sentido, a região Amazônica tem potencial de contribuir. "O Brasil tem uma zona de conforto grande, porque mais de 70% da matriz energética é renovável e limpa, diferentemente dos países da Europa", justificou a ministra Luciana Santos.

Busca por financiamento

Em fevereiro, os Estados Unidos anunciaram a intenção de "trabalhar com o Congresso para fornecer recursos para programas de proteção e conservação da Amazônia brasileira, incluindo apoio inicial ao Fundo Amazônia". A informação faz parte do comunicado conjunto divulgado, em fevereiro, pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Joe Biden, após viagem do líder brasileiro aos EUA.

A expectativa era do anúncio de um aporte de US$ 50 milhões, R$ 270 milhões na cotação atual. "A perspectiva de ser um montante significativo até agora não aconteceu. Vamos persistir para que o Fundo Amazônia se adense, seja robusto, de modo a atender a expectativa não só do território, mas do próprio país e do mundo que espera que a gente possa cuidar desse bioma tão estratégico e fundamental para o enfrentamento das mudanças climáticas", disse a ministra. 

O fundo estava paralisado desde 2019 com mais de R$ 3 bilhões em caixa e foi reativado no novo governo. A estratégia foi criada em 2008 e recebeu R$ 3,3 bilhões em doações, além de R$ 2,1 bilhões em receitas financeiras, totalizando R$ 5,4 bilhões. 

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