Incidência de dengue no Distrito Federal sobe no Varjão e cai no Itapoã
Paranoá e Varjão são únicas regiões administrativas com incidência média de dengue, outras estão baixas
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília

O Varjão substituiu o Itapoã na lista das duas únicas regiões administrativas do Distrito Federal com incidência de dengue classificada como média — entre 100 e 299 casos por 100 mil habitantes. A taxa do Itapoã diminuiu de 110,58 para 96,25, enquanto no Varjão, ela subiu de 75,41 para 118,5. O Paranoá continua como campeão de incidência, com 190,44. Todas as outras regiões administrativas têm índices considerados baixos — até 100 casos por 100 mil habitantes. Dados são relativos às últimas quatro semanas.
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Apesar de liderar em taxa de incidência, o Paranoá apresenta uma diminuição de 74,7% na quantidade de casos se comparada com o mesmo período de 2024. Foram 256 este ano contra 1.011 no ano passado.
Em quantidade absoluta de casos prováveis, o Paranoá está em segundo lugar, atrás de Ceilândia (431). Taguatinga está em 3º, com 216 casos, seguida de Samambaia (212) e Itapoã (185). O DF acumula 3.280 casos prováveis desde o começo do ano, mas nenhuma morte foi confirmada, sendo que três estão sendo investigados.
O infectologista Henrique Lacerda, coordenador do serviço de controle de infecção hospitalar do Hospital Anchieta, afirma que fatores ambientais, climáticos e socioeconômicos podem aumentar a concentração de dengue no Paranoá. “Regiões com alta densidade populacional, saneamento precário e grande quantidade de terrenos baldios ou recipientes que acumulam água são mais propensas à proliferação do Aedes aegypti”, explica.
Sobre o aumento de casos no Varjão, o médico pontua que o motivo pode estar relacionado à introdução de um novo sorotipo da doença na região, além da “disseminação do vírus para áreas onde a população ainda não havia sido amplamente exposta, resultando em mais pessoas suscetíveis à infecção”.
Ao fim de 2024, o Paranoá e o Sol Nascente eram as únicas RAs com incidência média de dengue no DF. Já na primeira semana deste ano, todas as regiões administrativas registravam incidência baixa, sendo que o Paranoá voltou a ter taxa média na segunda semana e não caiu novamente.
A SES (Secretaria de Saúde) afirma que a redução da taxa de incidência no Itapoã foi influenciada pela última semana de registros. “No entanto, não é possível afirmar ainda que houve uma redução real no número de casos, uma vez que, após notificados, os casos podem ser confirmados ou descartados, dependendo dos resultados laboratoriais”, completa.
Já sobre o Varjão, a SES também atribuiu o crescimento da incidência aos casos da última semana, mas ressalta que isso “não significa, necessariamente, um crescimento real de casos”.