Justiça mantém prisão de assassino de estudante da UnB que planejava atacar nova vítima
Vinícius Neres passou por audiência de custódia nesta quarta após ser recapturado terça ao tentar invadir a casa da ex-namorada
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

A Justiça do Distrito Federal manteve a prisão preventiva de Vinícius Neres, condenado por matar a estudante da UnB, Lousie Ribeiro, em 2016. Ele estava em regime semiaberto quando fugiu na última sexta-feira (7) e não voltou para a unidade penal para o pernoite.
Neres foi recapturado na manhã desta terça-feira (11), no Gama, quando visitava a casa de uma ex-namorada para tentar cometer um novo crime.
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Segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, a prisão preventiva do acusado de assassinato foi em razão de outro suposto delito. “Na audiência de custódia foi verificado apenas a regularidade do mandado de prisão preventiva. O juiz verificou que estava tudo dentro do procedimento criminal e manteve a sua prisão. Em relação aos benefícios de saída temporária e trabalho externo do regime semiaberto, é o juízo da Vara de Execuções penais que irá avaliar a manutenção ou não”, explicou o TJDFT.
Quando estava em regime semiaberto, Vinícius começou a namorar uma estudante universitária que não sabia sobre o crime que ele tinha cometido. A jovem de 24 anos se relacionou com ele por sete meses quando descobriu que era o responsável pelo assassinato de Lousie e terminou o namoro.
As investigações apontam que o homem pretendia atacar a ex-namorada, tanto que em sua prisão nesta terça a polícia encontrou em sua mochila máscara, alicate, luvas e produtos químicos, assim como uma mecha do cabelo da possível nova vítima.
Segundo informações obtidas pelo R7, Vinicius chegou à casa da ex-namorada por volta das 8h30 de ontem, quando pegou objetos do porta-mala e entrou no apartamento, com a chave que tinha roubado a chave da estudante.
Quando os policiais foram visitar o local, sentiram um forte cheiro de gás. O Corpo de Bombeiros foi acionado e identificou que Vinícius tinha deixado uma das bocas do fogão aberta, possivelmente para realizar um novo ataque.
Relembre o caso
Louise Ribeiro, de 20 anos, era estudante do curso de biologia da UnB (Universidade de Brasília) e estava no 4º semestre. Em 10 de março de 2016, ela foi chamada pelo ex-namorado Vinicius Neres, então com 19 anos e estudante da UnB, até um laboratório da universidade. No local, ele a imobilizou, obrigou a inalar clorofórmio e depois a forçou a beber 200ml da substância.
Após a morte de Louise, Vinicius enrolou o corpo em um colchão inflável e o levou até o carro dela em um carrinho de mão. Ele então dirigiu até um matagal perto da universidade, onde ateou fogo na cabeça e na área genital da vítima e deixou o local.
No dia seguinte, a polícia já tinha sido notificada do desaparecimento da estudante e fazia buscas na UnB. Vinícius foi questionado do paradeiro de Louise, admitiu o crime e levou os policiais até o local onde o corpo estava. Os agentes posteriormente pontuaram a frieza e falta de emoção que o criminoso demonstrou durante todo o momento.
No ano seguinte, Vinicius foi condenado a 22 anos por homicídio quadruplamente qualificado: motivo fútil, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio; além de 1 ano e 10 dias de multa por ocultação e destruição de cadáver, somando uma pena de 23 anos, inicialmente, em regime fechado. Posteriormente, o regime mudou para semiaberto.