Lula defende exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, mas pede cuidado à Petrobras
Ibama rejeitou primeiro pedido da petroleira para atuar na região, mas a empresa fez nova solicitação; presidente diz que Petrobras vai corrigir falhas
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quinta-feira (3) a instalação de uma sonda de perfuração na bacia da foz do rio Amazonas para explorar petróleo na região, mas disse que o processo deve ser feito de uma forma cuidadosa para que a exploração não seja prejudicial à região.
No fim de maio, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou uma solicitação da Petrobras para operar em um poço localizado em alto-mar, a cerca de 175 km da costa do Amapá, e alegou "inconsistências técnicas" da empresa. Posteriormente, a petroleira apresentou um novo pedido. Segundo a empresa, todas as exigências impostas pelo Ibama foram atendidas nesse segundo pedido.
Lula comentou que o governo analisa o tema com muito cuidado. “Isso é uma decisão muito importante que o Estado brasileiro tem que tomar, mas o que não pode é deixar de pesquisar. Temos que pesquisar, saber se tem aquilo que a gente pensa que tem. E quando a gente achar, a gente vai tomar uma decisão do Estado brasileiro, o que a gente vai fazer, como que a gente pode explorar, como vai evitar que desastre qualquer possa prejudicar a nossa querida margem do Oceano Atlântico na Amazônia”, afirmou o presidente.
Lula deu a declaração em entrevista a rádios da região amazônica. Questionado se o Amapá poderia continuar sonhando com petróleo jorrando progresso para o estado, o presidente respondeu que sim.
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“Vocês podem continuar sonhando, que eu também quero continuar sonhando. Isso nós vamos ter todo o cuidado. Mas pode continuar sonhando porque ainda há uma discussão. O Ibama não foi definitivo, apresentou propostas para ser corrigida. Essas coisas vão ser levadas em conta pelo governo e pela Petrobras. Estamos em processo de discussão interna e, logo logo, a gente vai ter uma decisão do que a gente pode fazer”, declarou.
“A gente, primeiro, tem que explorar. Tem que fazer a pesquisa. Se a pesquisa constatar que a gente tem o que a gente pensa que tem lá embaixo, aí sim vamos fazer a segunda discussão. Como fazer para explorar sem causar nenhum prejuízo a qualquer espécie amazônica. É isso que está em jogo na verdade”, completou o presidente.