O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve participar por videoconferência da reunião emergencial da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), que ocorrerá na quinta-feira (30), em Tegucigalpa, capital de Honduras. O encontro vai discutir a crise migratória e foi um pedido do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, depois que o país se negou a receber deportados dos Estados Unidos. O episódio gerou embates entre Petro e Donald Trump (leia mais abaixo).A reunião emergencial, que será em formato híbrido, também deve tratar de meio ambiente e unidade latino-americana e caribenha. Todos os chefes de Estado que compõem a Celac foram convidados. Como o encontro foi marcado de última hora, a expectativa é que outros residentes, assim com Lula, participem de forma remota. Petro deve comparecer pessoalmente.Nesta terça (28), após reunião com Lula, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que o presidente não vai presencialmente à reunião em Honduras. “O Brasil vai participar. O Brasil é um inspirador, um dos países criadores [da Celac], não poderíamos deixar de estar presentes. A participação também pode ser virtual. O presidente não irá”, informou. Petro recusou a entrada de aviões norte-americanos com deportados colombianos devido ao tratamento dado aos cidadãos. A medida motivou Trump a anunciar sanções contra a Colômbia, como aumento da tarifa sobre os bens e revogação de vistos para funcionários do país sul-americano. Petro, então, respondeu que ia também taxar os produtos dos EUA e colocar um avião presidencial para buscar os deportados.Dias depois, o presidente colombiano voltou atrás e aceitou os termos de Trump sem qualquer “limitação ou demora”. Com o recuo, os Estados Unidos também retiraram as sanções à Colômbia.Criada em 2011, a Celac é formada por 33 países: Antígua e Barbuda, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Dominica, Equador, El Salvador, Granada, Guatemala, Guiana, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia, Ilha de São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadina, Trindade e Tobago, Uruguai e Venezuela.O retorno à Celac foi o primeiro ato de política externa de Lula quando assumiu o terceiro mandato. A medida foi comunicada aos demais países do bloco em janeiro de 2023. O Brasil tinha saído do fórum em 2019, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Agora, o espaço é usado para dar força aos países da região sul-americana e caribenha.O objetivo do grupo é promover a integração regional, o desenvolvimento sustentável e a cooperação política. A Celac busca posicionar a região como sede de eventos internacionais e promover diálogo com outros Estados e organizações. O fórum faz a ponte para manter a cooperação e a comunicação dos integrantes com outras instituições.