O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou uma nota de pesar neste domingo (30) pela morte do escritor, advogado e jornalista Marcos Vilaça, na manhã de sábado (29), no Recife, aos 85 anos. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos, conforme divulgou a ABL (Academia Brasileira de Letras). No texto, Lula destacou o “talento e dedicação” de Vilaça.“Quero externar meus sentimentos pelo falecimento de Marcos Vilaça, grande defensor da cultura do nosso querido Pernambuco, a quem tive a honra de homenagear com a Medalha de Ouro do Serviço Público em 2009, quando completou 50 anos como servidor. Vilaça, com seu talento e dedicação, teve um papel marcante na literatura, no Tribunal de Contas de União e na Academia Brasileira de Letras, entre tantos outros caminhos que trilhou com brilhantismo. Que Deus conforte os corações de seus familiares e amigos”, escreveu o presidente.Nascido em Nazaré da Mata, na zona da mata de Pernambuco, Marcos Vilaça estava internado na Clínica Florença, no Bairro das Graças, em Recife. O corpo dele será cremado na cidade, e as cinzas jogadas na Praia da Boa Viagem, também na capital pernambucana, mesmo destino dado às da esposa dele, Maria do Carmo. Esse era um desejo do casal.Vilaça ocupava a cadeira 26 da ABL, instituição que ele presidiu por quatro anos. Ele ingressou na Academia Brasileira de Letras em 11 de abril de 1985, sucedendo Mauro Mota. Presidiu a instituição nos biênios 2006-2007 e 2010-2011. Também foi membro da Academia Pernambucana de Letras.O escritor teve a vida permeada por produção intelectual e vivência na administração pública de Pernambuco e do país. Ocupou cargos em conselhos de órgãos, no Conselho Federal de Cultura e presidiu fundações, como a Funarte e a Pró-memória.Em 1988, Vilaça passou a ser ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), indicado pelo então presidente da República José Sarney. Aliás, foi o mesmo Sarney quem o tinha recebido na ABL três anos antes. No TCU, ficou por mais de 20 anos, tendo ocupado também a presidência do órgão de controle das contas públicas.Nas décadas de 1960 e 1970, fez parte do Governo de Pernambuco. Foi integrante da Aliança Renovadora Nacional, partido situacionista durante a ditadura militar. Fez parte também Partido Democrático Social, legenda criada por quadros da Arena. Foi ainda membro fundador do hoje extinto Partido da Frente Liberal.Marcos Vilaça era formado em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, onde também cursou o mestrado.Em 1958, Vilaça publicou Conceito de Verdade, que se tratava do discurso que pronunciou no Salão Nobre do Colégio Nóbrega em dezembro de 1957, na condição de orador da turma de concluintes do curso clássico.Ainda naquele ano, publicou A Escola e Limoeiro. Em 1960, lançou as crônicas de viagem Americanas.Em 1961, Marcos Vilaça publicou um dos seus trabalhos literários de maior sucesso: Em torno da Sociologia do Caminhão, que recebeu o prêmio Joaquim Nabuco da Academia Pernambucana de Letras.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp