O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta segunda-feira (22), no Palácio do Planalto, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair, que ocupou o cargo entre 1997 e 2007 pelo Partido Trabalhista, ligado à esquerda. O petista parabenizou o inglês pelo retorno da legenda ao comando da nação, depois de 14 anos de predomínio da direita. A reunião durou cerca de 45 minutos.Lula e Blair também debateram o atual cenário político mundial. O brasileiro destacou a intenção de reunir “governos democráticos” às margens da Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorre em setembro.O petista também apresentou a Blair os resultados econômicos do Brasil, como geração de emprego e investimentos de setores específicos, como a indústria automobilística.Os dois discutiram, ainda, a atuação do Brasil em organismos internacionais, como o G20, que reúne as 20 maiores economias globais e as uniões Africana e Europeia, e o Brics, grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O Brasil é o atual presidente das entidades. Blair e Lula também comentaram a organização da COP30 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), que será ano que vem, em Belém, no Pará.Em relação aos trabalhos do G20, eles abordaram, em especial, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a taxação de super-ricos, defendida por Lula.Também nesta segunda (22), Lula conversou, por telefone, com o presidente da França, Emmanuel Macron. Segundo o petista, eles comentaram as eleições legislativas francesas e a organização dos Jogos Olímpicos, marcados para começar em Paris na sexta-feira (26). “Conversamos sobre as eleições legislativas francesas que ocorreram há poucos dias, e a importância da derrota da extrema-direita pelo bloco democrático. E desejei muito sucesso para a organização das Olimpíadas de Paris”, escreveu Lula nas redes sociais.Antes, Lula comentou a desistência de Joe Biden de participar da eleição nos Estados Unidos. Para o brasileiro, a decisão é pessoal. Ele também afirmou que o seu papel é “conviver” com o futuro presidente norte-americano. O pleito está previsto para novembro deste ano.“À medida que o presidente Biden resolveu tomar posição, o meu papel é torcer para que eles escolham um candidato ou uma candidata que disputa as eleições e que vença aquele que for o melhor, aquele que o povo americano for votar”, disse Lula em entrevista a agências internacionais de notícias.“Porque o meu papel não é escolher presidente dos Estados Unidos, o meu papel é conviver com quem é o presidente dos Estados Unidos. Então seja um candidato democrata, seja o Biden, seja o Trump, a nossa relação vai ser uma relação civilizada de dois países importantes que têm uma relação diplomática de séculos e que a gente quer manter. E que temos parcerias estratégicas importantes com os Estados Unidos, nós queremos manter”, completou.