Brasília MDR exonera servidor suspeito de desviar recursos de combate à seca

MDR exonera servidor suspeito de desviar recursos de combate à seca

Operação da Polícia Federal mira fraudes em contratos de construção de açudes em cidades do sertão nordestino

  • Brasília | Renato Souza, do R7, em Brasília

Ministério do Desenvolvimento Regional faz obras hídricas em municípios nordestinos

Ministério do Desenvolvimento Regional faz obras hídricas em municípios nordestinos

Renato Souza/R7

O Ministério do Desenvolvimento Regional decidiu exonerar o servidor acusado de envolvimento em um esquema de desvio de verbas que deveriam ser usadas em obras de combate à seca na Paraíba. O homem foi alvo da Operação Bleeder, deflagrada pela Polícia Federal para cumprir 34 mandados de busca e apreensão na Paraíba e no Ceará.

O R7 revelou que as investigações apontam que o esquema consiste no conluio entre empresários e agentes públicos para fraudar contratos, superfaturando o valor de obras de açudes e barragens em municípios que sofrem com a seca no sertão da Paraíba. A Justiça Federal paraibana determinou o afastamento do servidor, impedimento de acessar a sede do ministério, em Brasília, e vetou o contato dele com outros trabalhadores da pasta. 

"Consta na representação policial que o investigado, que é servidor público federal, ocupa o cargo de Assessor Técnico da Coordenação-Geral de Obras e Aquisições do Departamento de Estruturação Regional e Urbana da Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional e Urbano no Ministério do Desenvolvimento Regional, manteve contato com a organização criminosa", diz um trecho do pedido de prisão apresentado pelo MPF (Ministério Público Federal) contra ele e outros envolvidos.

O juiz Thiago Batista de Ataíde indeferiu a solicitação de prisão preventiva, mas determinou medidas cautelares, como a proibição do contato entre eles. "A autoridade policial destacou que entre as funções estão vistoriar, fiscalizar e aprovar os projetos elaborados no âmbito dos convênios realizados entre o Ministério da Integração/Ministério do Desenvolvimento Regional e os municípios, projetos esses que eram elaborados por João Feitosa (empresário)", completa o documento obtido pela reportagem.

Feitosa, de acordo com a denúncia do Ministério Público, seria um dos empresários envolvidos no esquema. Procurador, o Ministério do Desenvolvimento Regional afirmou que "não compactua com nenhum ato ilícito e que está colaborando com os órgãos de controle para a apuração dos fatos investigados". 

"Tão logo tomou conhecimento dos fatos, o Ministro do Desenvolvimento Regional determinou a exoneração do servidor investigado e a instauração de procedimentos internos de apuração de responsabilidades, tanto administrativos como disciplinares", completa o texto do Ministério.

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