Uma portaria desta segunda-feira (19) estabeleceu que membros da comunidade técnico-científica participarão da reconstrução do Rio Grande do Sul, destruído pelas enchentes no primeiro semestre. A ideia é que os profissionais auxiliem na realização de um diagnóstico preliminar e na identificação de vulnerabilidades para evitar riscos de desastres futuros. Para isso, o governo federal criou um GT (Grupo de Trabalho), que deverá se reunir em Porto Alegre ou por videoconferência, caso os membros estejam em outras regiões.O GT contará com a participação de dois representantes da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul e 14 membros da comunidade técnica, acadêmica e científica. O grupo se reunirá uma vez por semana, com reuniões extraordinárias, se necessário.Um dos representantes da secretaria presidencial será o coordenador dos trabalhos. A participação será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.O GT deve prestar apoio ao governo federal para:As fortes chuvas atingiram o estado nos meses de abril e maio deste ano, deixando 183 mortos, 28 desaparecidos e 806 feridos. Os municípios atingidos somam 478 — 96% do RS — e cerca de 2,4 milhões de pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas.Um documento divulgado pelo Senge-RS (Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul) aponta que a falta de manutenção e atualização das casas de bombas e comportas de Porto Alegre contribuiu para a extensão das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul. O sistema de proteção da capital gaúcha conta com cerca de 60 quilômetros de diques e 23 casas de bombas, que também possuem comportas.Mais de 17 mil propriedades rurais foram atingidas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. O governo estadual estima que a recuperação do solo custará mais de R$ 6 bilhões. O Rio Grande do Sul é um dos estados que mais colaboram com o agronegócio brasileiro. As safras de grãos e vegetais foram afetadas, e os impactos serão sentidos até a próxima temporada.