Mesmo com aval judicial para obra, decisão polêmica condena empresário por crime ambiental
Laerte Codonho, dono do Grupo Dolly e responsável por gerar milhares de empregos, alega perseguição e falhas na condenação
Brasília|Do R7
Um dos empresários mais conhecidos da área de bebidas e alimentos, líder de uma marca de refrigerantes popular em todo país, informou neste sábado (15) que vai recorrer de uma decisão judicial por considerá-la irregular. Laerte Codonho, dono do Grupo Dolly, entrará com recurso da condenação em primeira instância por crime ambiental em uma região onde está construindo mais uma fábrica, em São Paulo. Ele sustenta possuir autorização judicial para concluir a mesma obra que originou a ação pela qual foi sentenciado.
Em janeiro, o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou a finalização das obras previstas em um terreno em São Lourenço da Serra, adquirido pela empresa StockBank com o objetivo de expandir os negócios do Grupo Dolly, com a exploração e envase de água mineral.
O referido desembargo também foi sustentado pelo próprio Ministério Público do estado, que não entendeu haver motivo para a paralisação determinada pela prefeitura por falta de pagamento de taxas, uma vez que já havia sido assinado termo de Compromisso de Recuperação Ambiental e que a interrupção poderia ser prejudicial com o início das chuvas.
As investigações apontam que a irregularidade do empreendimento tem relação direta com o alagamento. A Stockbank negou a prática, afirmando que os problemas não decorreram das atividades, mas do volume inesperado de chuvas e devido a uma obstrução externa da tubulação, que impediu a vazão de águas.
Laerte foi condenado por corrupção ativa, falsificação de documento e crime ambiental. A investigação apontou que o empresário teria realizado desmatamento ilegal em uma área preservada.
A defesa aponta falhas no processo e alega haver interesse econômico de concorrentes ao grupo Dolly por trás das acusações e da apuração. À reportagem, o empresário se defendeu. “É uma condenação que me assusta. É absurda e conseguiremos reverter no Tribunal de Justiça”, espera.