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Mete a Colher: casal de Brasília faz sucesso com site sobre relacionamento e sexo

Para autores, "Mete a Colher" faz sucesso porque fala de sexo abertamente e sem preconceitos

Brasília|Fernanda Domingues, do R7


Um casal de blogueiros de Brasília faz sucesso na internet ao falar de forma aberta e descontraída sobre amor, sexo e relacionamento. Nas redes sociais, o canal do “Mete a Colher” conta com mais de cem mil inscritos e alguns vídeos ultrapassam 150 mil visualizações. 

O reconhecimento do público despertou a curiosidade até de emissoras de televisão. Em 2013, Bianca Soeiro Beleosoff, de 30 anos, e Hélmiton Ferreira Lins, de 39, participaram de um programa de TV.

— A gente nunca tinha divulgado nossa imagem. Somos tímidos e ficávamos com vergonha de mostrar o rosto. Quando fomos convidados [para o programa], fizemos o canal e [falamos] ‘vamos começar a treinar, mostrar a cara porque a gente tem que perder a vergonha’, disse Bianca.

A ideia do "Mete a Colher" surgiu em 2010 mais ou menos por acaso, conta a blogueira. Segundo ela, por falar sempre de forma espontânea e sem tabus sobre os mais diversos assuntos, ela e o marido publicavam suas divergências no mundo virtual e pediam a opinião dos internautas. A receptividade foi tão imediata que o casal decidiu criar um blog para que as pessoas, ao contrário do ditado popular “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”, pudessem “meter a colher” e dar suas opiniões.


— A gente sempre teve divergência [sobre alguns assuntos], nada grave. Colocávamos os assuntos no meio virtual e aí decidimos fazer um site falando para o pessoal votar [nas opiniões]. Começamos a receber e-mails pedindo para a gente “meter a colher” na vida deles, diz Bianca.

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O "Mete a Colher" tem mais de 56 mil curtidas no Facebook e está presente no Instagram e Twitter. O blog recebe uma média de 15 e-mails por dia com os mais variados tipos de dúvidas sobre relacionamento e sexo. O casal seleciona alguns casos e publica no site, sem citar os nomes dos remetentes. No blog, Hélmiton, chamado de Môre e representado por um bonequinho de cor azul, dá a visão masculina sobre o e-mail escolhido. Bianca, conhecida como a bonequinha rosa chamada Neguinha, também deixa seu ponto de vista.


No Youtube, o casal aborda temas que vão desde constrangimentos e situações engraçadas durante o sexo até fatos relacionados à traição, ciúmes e relacionamento com os filhos. Pela experiência no blog, Bianca considera que o brasileiro ainda tem receio de falar de algumas questões e prefere muitas vezes ficar “preso” ao politicamente correto.

— Anonimamente [as pessoas no blog] falam abertamente, mas expondo a cara, o rosto, não. Os brasileiros ainda são muito pudicos, se preocupam em passar uma imagem cheia de pudores, do politicamente correto que muitas vezes não condiz com a realidade do casal.

Além de curiosidades e fatos engraçados, o "Mete a Colher" também recebe e-mails polêmicos e complexos, como o caso de um garoto de 17 anos que dizia sentir atração pelo próprio pai. Neste caso específico, Neguinha se negou a fazer qualquer tipo de análise e cedeu a vez para uma psicóloga opinar. Já Môre acreditava que o e-mail era falso e acabou pedindo para a pessoa usar a "criatividade" em casa com a parceira.

Outras surpresas e descobertas fazem parte do dia a dia dos criadores do "Mete a Colher". Uma delas, de acordo com Biana, diz respeito a cantadas. Segundo ela, ao contrário do que se pensava, as mulheres são bem diretas e explícitas nas cantadas que fazem a Hélmiton Lins, principalmente após a divulgação dos vídeos no Youtube.

— Sempre tivemos aquela ideia de que os homens em geral não respeitam a mulher alheia e que as mulheres seriam mais contidas quando falamos de "passar uma cantada". Essa ideia mudou completamente na nossa cabeça, pois no canal [no Youtube] as mulheres não possuem o menor pudor ao passar uma cantada descarada - ou até mesmo baixa - no Môre, enquanto os homens, quando me elogiam, geralmente iniciam o elogio com um "com todo respeito, Môre". Eles são muito mais respeitadores e cuidadosos antes de fazerem um elogio do que as mulheres.

Bianca conta também que constantemente recebe mensagens de pessoas tentando descobrir se o e-mail abordado nas redes sociais do blog é de seu parceiro ou parceira. Como os autores dos e-mails não são revelados, os internautas que se identificam com o caso tentam aquiri-los inventando histórias.

— É como se recebêssemos um email de uma mulher dizendo que traía o marido pois ele não a satisfazia na cama. Daí o marido lê a história com os nomes trocados no site, se identifica e entra em contato com a gente querendo saber se por acaso foi tal e-mail que enviou a história, pois, se fosse, ele gostaria de recuperar o relacionamento e tal. Mas é mentira, sabemos que o marido apenas queria a confirmação da traição! 

O sucesso do “Mete a Colher” não era esperado pelo casal, embora Bianca afirme que todo mundo trabalha em busca de reconhecimento. Apesar de marido e mulher serem do Distrito Federal, o DF está apenas em sétimo lugar onde há mais acessos às redes do blog. Antes vêm São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

— [No começo] era uma brincadeira. É lógico que todo mundo sonhava que desse certo, mas eu não achava que ia ser tanto assim não. Está sendo mais rápido agora com o canal do Youtube.

Como tudo começou

Hélmiton e Bianca se conheceram pela internet há cerca de seis anos e desde então estão juntos. Ambos haviam saído de um casamento quando começaram a se relacionar. Ele, com dois filhos, e ela, com uma filha. Há três anos, o casal teve uma menina. Eles contam que sempre conversaram de forma muito natural sobre amor, sexo e relacionamento, tanto entre eles quanto entre amigos.

— A gente não tem pudor como casal, afirma Bianca.

Sobre a reação da família ao ver Bianca falar de sexo na internet, a blogueira conta que a mãe não gosta muito, mas os filhos não se importam.

— Minha mãe não gosta, é mais conservadora. Eu não costumo falar disso [do trabalho no blog] com eles. Com os filhos é super de boa. Eles adoram.

Em relação aos projetos futuros, Hélmiton Lins diz que o “Mete a Colher” focará em vídeos e critica a dificuldade dos profissionais da capital federal de tocarem projetos inovadores.

— Eu acho que [o mercado] está abrindo agora. Nos Estados Unidos, você apresenta um projeto para uma empresa e o cara fala ‘nossa, esse site é bacana mesmo’. Aqui em Brasília eles só investem depois que o negócio está grande.

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