O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, criticou na última quinta-feira (31) a atuação do Rio de Janeiro na investigação dos assassinatos da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Segundo ele, sete agentes da PF (Polícia Federal) elucidaram o crime, enquanto a polícia fluminense não conseguiu o mesmo feito em cinco anos.“Isso ocorreu no caso Marielle, por cinco anos. Me desculpe, governador Cláudio Castro (do Rio de Janeiro). A Polícia do Rio de Janeiro demorou cinco anos para elucidar o crime e não elucidou. A valorosa e combativa Polícia Federal entrou [no caso] com sete homens e desvendou esse lamentável crime”, afirmou Lewandowski. A declaração foi dada pelo ministro da Justiça durante reunião, realizada no Palácio do Planalto, com os governadores do país para debater a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança Pública. Lewandowski havia mencionado uma das mudanças previstas no texto, em que amplia a atribuição das competências da PF.O canal oficial do governo transmitiu a agenda. Após a fala do ministro da Justiça, o governador do Rio de Janeiro respondeu Lewandowski, mas o áudio não foi captado pelos microfones. A reportagem acionou o estado fluminense e aguarda manifestação. Mais de seis anos após o crime, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados pelo júri popular pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, nesta quinta-feira (31). A juíza Lúcia Glioche leu a sentença do 4º Tribunal do Júri da Capital.Lessa recebeu pena de 78 anos e nove meses de prisão. Já Élcio foi condenado a 59 anos e oito meses de reclusão. Além de multa, os dois vão ter que pagar uma pensão para o filho de Anderson até o menino completar 24 anos. Também deverão indenizar em R$ 706 mil, por danos morais, a viúva do motorista, a mãe e a companheira da vereadora e os filhos das vítimas.Os réus confessos foram considerados culpados por todos os crimes que constavam na denúncia: duplo homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves e receptação do carro clonado usado no crime.