Em territórios quilombolas do Brasil, 90% dos moradores viviam com alguma forma de precariedade no saneamento básico, seja em relação ao abastecimento de água, à destinação do esgoto ou à coleta de lixo. Desses, a falta dos recursos atingia 63,74% dos moradores de quilombos em áreas urbanas e 93,82% em áreas rurais, apontam dados do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em todo o Brasil 27% da população conviviam com algum tipo dessas precariedades, sendo 18,71% dos moradores em áreas urbanas e 87,2% em rurais. Considerando a população total de quilombolas, que era de 1.330.186 pessoas na época, os índices passam para 53,61% entre moradores de áreas urbanas e 94,62% dos moradores em situação rural. Em 2022, a população quilombola residente no Brasil era de 1.330.186 pessoas, correspondendo a 0,66% da população do país. Segundo o Censo Demográfico 2022, existem 1.700 municípios com pessoas deste grupo. A pesquisa mostra, ainda, que entre as principais formas de abastecimento de água estão a rede geral de distribuição, poço, fonte, nascente ou mina encanada somente até o terreno, ou não chega encanada, por exemplo. Na região, outras precariedades como falta de coleta de lixo direta ou indiretamente por serviço de limpeza e esgotamento foram identificadas. Ainda em relação aos territórios quilombolas, o IBGE identificou que 29,58% dos moradores quilombolas conviviam simultaneamente com as três situações de precariedade. Entre o total da população quilombola o percentual foi de 21,89%, enquanto 3,0% da população residente do país encontrava-se nessa condição. Nas áreas rurais, foram identificados moradores que tinham banheiro de uso exclusivo, outros que utilizam banheiros compartilhados entre mais de um domicílio, aqueles que utilizam “sanitários ou buracos para dejeções” e por fim, os que não possuíam banheiros. No caso do uso exclusivo, 96,14% dos quilombolas em situação urbana disseram possuir esse formato. As proporções mais baixas estão entre moradores quilombolas nas áreas rurais (74,61%) e, principalmente, nos territórios em situação rural (72,34%), onde 14,51% utilizam “sanitários ou buracos para dejeções” e 7,03% não possuíam banheiros, sanitários ou buracos para dejeções. “É possível também ver a desigualdade de acesso a serviço de coleta direta ou indireta de limpeza (lixo coletado no domicílio por serviço de limpeza ou depositado em caçamba de serviço de limpeza), de acordo com a situação e localização dos domicílios com pelo menos um morador quilombola, em relação à população residente”, aponta a pesquisa. Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp