Pela primeira vez em 52 anos, as taxas de fecundidade das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste registraram aumento. Em 2022, os resultados das três regiões, que concentram as maiores rendas per capita do Brasil, apresentaram leve crescimento, fato que não ocorria desde o censo de 1970, feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).No intervalo de 2012 a 2022, os dados passaram de 1,66 para 1,69 no Sudeste; de 1,66 para 1,73 no Sul; e de 1,77 para 1,84 no Centro-Oeste. A média nacional está em queda desde 1940 e chegou a 1,75 em 2022. Atualmente, Norte e Centro-Oeste estão acima do resultado do Brasil.No mesmo período, mas na direção contrária, os registros do Norte e do Nordeste, que têm as cidades mais pobres do país, seguiram em queda, como é observado nessas regiões desde 1970. No Norte, o número foi de 2,14 para 1,96, a maior diminuição observada entre 2012 e 2022. No Nordeste, o dado passou de 1,75 para 1,72.Segundo o IBGE, a taxa de fecundidade mede o número médio de filhos tidos por mulheres em idade fértil (entre 15 e 49 anos). Desde 1940, o Norte tem o maior resultado do país. Na região, o número já ultrapassou 8, em 1960 e 1970. Confira os dados completos:1940• Brasil: 6,16• Norte: 7,17• Nordeste: 7,15• Sudeste: 5,69• Sul: 5,65• Centro-Oeste: 6,361950• Brasil: 6,21• Norte: 7,97• Nordeste: 7,5• Sudeste: 5,45• Sul: 5,7• Centro-Oeste: 6,861960• Brasil: 6,28• Norte: 8,56• Nordeste: 7,39• Sudeste: 6,34• Sul: 5,89• Centro-Oeste: 6,741970• Brasil: 5,76• Norte: 8,15• Nordeste: 7,53• Sudeste: 4,56• Sul: 5,42• Centro-Oeste: 6,421980• Brasil: 4,35• Norte: 6,45• Nordeste: 6,13• Sudeste: 3,45• Sul: 3,63• Centro-Oeste: 4,511991• Brasil: 2,89• Norte: 4,2• Nordeste: 3,75• Sudeste: 2,36• Sul: 2,51• Centro-Oeste: 2,692000• Brasil: 2,38• Norte: 3,16• Nordeste: 2,69• Sudeste: 2,1• Sul: 2,24• Centro-Oeste: 2,252010• Brasil: 1,9• Norte: 2,47• Nordeste: 2,06• Sudeste: 1,7• Sul: 1,78• Centro-Oeste: 1,922012• Brasil: 1,75• Norte: 2,14• Nordeste: 1,75• Sudeste: 1,66• Sul: 1,66• Centro-Oeste: 1,772022• Brasil: 1,75• Norte: 1,96• Nordeste: 1,72• Sudeste: 1,69• Sul: 1,73• Centro-Oeste: 1,84Todas as 10 unidades da Federação com a maior renda média per capita estão no Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Na outra ponta, as 10 mais pobres são do Nordeste e do Norte (veja na arte abaixo).O Maranhão segue como o estado com o pior resultado do país (R$ 969), o único inferior a R$ 1.000. O valor maranhense é 47% menor do que o rendimento médio nacional, de R$ 1.848 (maior resultado de toda a série histórica). Os dados são da Pnad Contínua: Rendimento de todas as fontes 2023, divulgada no mês passado pelo IBGE.Em contraponto, a maior renda per capita do país continua a dos moradores do Distrito Federal, que acumulam R$ 3.215 mensais. É mais do que o triplo do recebido pelos maranhenses. Além do Maranhão, outros 11 estados registraram renda per capita média abaixo do salário-mínimo vigente (R$ 1.412). Todos nas regiões Norte e Nordeste.