A policial civil Rafaela Motta terá que pagar R$ 50 mil a um ex-namorado, degado da Polícia Civil, por falsa acusação de agressão e estupro. A agente ficou conhecida nacionalmente depois de ser presa em dezembro de 2021 ao descumprir uma medida restritiva que a impedia de se aproximar de um outro ex-companheiro, que a denunciou por stalking (perseguição). Rafaela Motta chegou a ser presa quatro vezes pelo crime, mas após laudos médicos teve a pena substituída por internação como medida de segurança. Ela também responde um processo administrativo disciplinar. Ao R7, a Polícia Civil não deu detalhes dos procedimentos, que correm em sigilo na Corregedoria da corporação. Na decisão divulgada na sexta-feira (3), o juiz afirma que a honra do delegado foi atacada, o que caracteriza o dano moral. Em 28 de julho de 2017, após uma relação sexual consensual, Rafaela se negou a sair do apartamento da vítima. Em seguida, acionou a Polícia Militar e a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e alegou que teria sido agredida fisicamente e violentada sexualmente. No caso, segundo a juíza, o ato cometido pela policial de "imputação falsa de crime, além de grave, levou à prisão em flagrante do autor e à instauração de inquérito policial". Dias depois, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) arquivou o inquérito pois as acusações feitas por Rafaela não podiam ser provadas. Para a magistrada, estão presentes os requisitos que justificam a reparação civil, uma vez que “é inegável que a honra do autor foi atacada”. Apesar da decisão favorável, o delegado vai recorrer para solicitar R$ 150 mil, valor solicitado inicialmente na ação.