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R7 Brasília

Retrospectiva 2024: relembre os principais fatos que marcaram o Brasil

Ano foi marcado por extremos climáticos, lideranças políticas e destaque internacional

Brasília|Beatriz Oliveira* e Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

Relembre os principais acontecimentos de 2024 Montagem/ @pgmsilviosantos/ Agência Brasil

Em 2024, o Brasil presenciou a intensificação de eventos climáticos, como enchentes, ciclones e incêndios, que afetaram diversos estados, entre eles Rio Grande do Sul, Amazonas e São Paulo. Além dos fenômenos, o país perdeu grandes personalidades do mundo literário e televisivo, entre eles, Ziraldo e Silvio Santos. O R7 separou alguns dos principais acontecimentos que marcaram o Brasil neste ano. Confira:

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Neste ano, os casos de dengue no Brasil dispararam em relação a 2023. Dados do Ministério da Saúde mostram que, até o momento, quase 6,7 milhões de brasileiros foram infectados e mais de 6 mil morreram pela doença em 2024. Isso representa um aumento de mais de 400% em relação ao ano passado, que teve 1.179 óbitos registrados.

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O pico de infecção ocorreu no início do ano, entre fevereiro e maio. Em março, 1,7 milhão de brasileiros contraíram a doença. Distrito Federal, Minas Gerais e Paraná foram os locais que mais registraram a incidência de dengue no país.

No dia 14 de dezembro, a Saúde fez uma mobilização com ações para conscientização, chamada de Dia D. Para ampliar a imunização da população, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) solicitou à pasta, em novembro, para iniciar a produção da vacina contra a dengue no Brasil. O pedido ainda não teve resposta.


Além disso, o Instituto Butantan pediu, em dezembro, registro da vacina brasileira à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O imunizante é o único do mundo em dose única. Caso seja autorizada, o instituto tem condições de produzir 100 milhões de doses para o Ministério da Saúde pelos próximos três anos.

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No dia 6 de abril, morreu o ilustrador e escritor Ziraldo, aos 91 anos. Segundo a família, a morte ocorreu por causas naturais enquanto ele dormia no apartamento onde morava, no Rio de Janeiro.


O artista foi responsável por criar obras famosas, como “O Menino Maluquinho” e “Turma do Pererê”, e ilustrar livros como “Chapeuzinho Amarelo”, parceria com o cantor Chico Buarque. Ele também era jornalista e foi um dos fundadores do “O Pasquim”, jornal de oposição dedicado a combater a censura e a ditadura militar no Brasil, iniciada em 1964.

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Em uma das maiores tragédias climáticas do Brasil, as enchentes no Rio Grande do Sul atingiram mais de 96% dos municípios do estado, deixando 183 mortos e quase 2,4 milhões de afetados.


O volume da chuva, que se estendeu por mais de 10 dias, destruiu casas, rompeu barragens e afetou o fornecimento de água e energia. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios, o desastre causou um prejuízo de R$ 12,8 bilhões ao estado, sendo o setor habitacional o mais prejudicado.

Em setembro, o governo federal assinou um acordo para a reconstrução do estado, devastado por chuvas e enchentes. Segundo o Executivo, ao menos R$ 90 bilhões foram destinados em ações emergenciais e recursos para reconstrução de infraestrutura e de apoio à população e empresários. Além disso, um conselho para acompanhar as construções antienchentes foi criado.

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Em agosto, um avião de médio porte caiu no bairro Capela, em Vinhedo, interior de São Paulo, causando a morte de 62 pessoas. A aeronave pertencia à companhia Voepass, antiga Passaredo, saiu de Cascavel (PR) e pousaria no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O acidente foi o primeiro com avião comercial no Brasil desde 2007.

O relatório preliminar da FAB (Força Aérea Brasileira), divulgado em setembro, apontou que não houve pedido de emergência por parte da tripulação antes da queda. O documento indica, ainda, que a aeronave estava certificada e era própria para voar em formação de gelo.

Nas investigações preliminares, a FAB identificou que o sistema de degelo do avião foi desligado e religado. A apuração da aeronáutica segue em andamento e está prevista para ser concluída ano que vem.

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Aos 93 anos, o apresentador e empresário Silvio Santos morreu em decorrência uma broncopneumonia causada por uma infecção por H1N1, em 17 de agosto. O empresário estava fora do ar há quase dois anos, desde que gravou o último programa no SBT, em setembro de 2022.

Silvio Santos foi hospitalizado no dia 16 de julho, quando foi diagnosticado com a doença. Durante o período de internação, o comunicador passou por uma série de exames e estava sob cuidados intensivos em virtude da idade.

Dias após ser internado, o apresentador chegou a receber alta, porém precisou voltar ao hospital. Desde então, o comunicador teve uma piora no quadro de saúde e não resistiu.

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O dia 18 de agosto marcou a realização da primeira edição do CNU (Concurso Nacional Unificado), conhecido como “Enem dos concursos”. Com data inicial definida para 5 de maio, o exame enfrentou algumas turbulências e foi remarcado dois dias antes por causa das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul no início do ano.

Mais de 2,14 milhões de pessoas se inscreveram no concurso, porém, 1 milhão não compareceu no dia das provas, representando uma taxa de abstenção de quase 50%. Apesar disso, o concurso se tornou o maior já realizado no Brasil, segundo o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.

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Antes de terminar o ano, o Brasil registrou 272.981 focos de incêndio no país, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que consideram o período entre janeiro e 15 de dezembro. O valor é o maior desde 2010, quando foram notificados 316.475 focos.

Em agosto, por exemplo, o Brasil registrou ao menos 1.981 focos de incêndio por dia. A média é o resultado total de 51.527 focos notificados no mês, o maior índice desde setembro de 2022, quando foram registrados 60.313 focos. Na época, algumas regiões do país enfrentavam uma onda de queimadas, entre elas o interior de São Paulo, Amazônia e Pantanal.

Segundo um levantamento feito pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, nos últimos cinco anos, incêndios florestais causaram danos de pelo menos R$ 1,35 bilhão no setor privado e R$ 13,56 milhões para área pública, além de afetar cinco milhões de pessoas. Pecuária, assistência médica e segurança pública foram os setores mais atingidos.

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Em setembro, a influenciadora e advogada Deolane Bezerra foi presa durante uma operação da Polícia Civil que investigava crimes de lavagem de dinheiro e divulgação de jogos online ilegais. Na época, a mãe da influenciadora, Solange Alves, também foi presa.

Deolane Bezerra passou mais de 15 dias detida até ser beneficiada por uma decisão judicial que determinou a soltura da advogada. Dias antes, ela tinha obtido um habeas corpus e saiu da cadeia, mas só ficou livre por aproximadamente 24 horas. Deolane teve de voltar à prisão depois de descumprir medidas cautelares impostas pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco, que tinha proibido Deolane de dar entrevistas — na saída da prisão, ela falou rapidamente com apoiadores e a imprensa.

No mesmo processo, a Justiça de Pernambuco decretou, ainda, a prisão do cantor Gusttavo Lima. Na decisão contra o cantor, a juíza responsável pelo caso determinou, ainda, o bloqueio de R$ 3,3 milhões das contas do sertanejo, além da suspensão do passaporte e certificado de registro de arma de fogo. Entretanto, Gusttavo Lima teve o pedido de prisão revogado.

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Cerca de 122 milhões de eleitores compareceram às urnas no dia 6 de outubro para escolher quem ocuparia o cargo de prefeito, vice-prefeito e vereadores. Entre os 5.570 municípios brasileiros, 51 tiveram que realizar um segundo turno, no dia 2 de outubro, para decidir o chefe do Executivo municipal.

As eleições municipais foram marcadas pela disputa em São Paulo, na qual Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB) protagonizaram momentos polêmicos durante os debates. Com 59,35% dos votos, Nunes foi reeleito prefeito de SP após concorrer contra Boulos no segundo turno.

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No dia 11 de outubro, o estado de São Paulo foi atingido por um temporal que deixou 3,1 milhões de pessoas sem energia. Segundo a Defesa Civil da região, a ventania foi a mais forte registrada na história de São Paulo desde o início das medições, em 1995.

De acordo com a Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) de São Paulo, o comércio da região teve prejuízo de R$ 1,650 bilhão devido à queda de energia, que afetou os paulistas por aproximadamente sete dias.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) intimou a Enel, empresa italiana que abastece a energia para São Paulo, pelas negligências cometidas durante o apagão e pelo descumprimento do plano de emergência estabelecido pela empresa em crises.

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Pela primeira vez, o Brasil esteve na liderança do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia e a União Africana. A reunião da cúpula, que ocorreu no Rio de Janeiro em novembro, teve como temas prioritários a reforma da governança global, o desenvolvimento sustentável (econômico, social e ambiental) e o combate à fome, pobreza e desigualdade.

Criado na década de 90, o G20 foi fundado após uma sequência de crises econômicas que afligiram o mundo. O grupo, que tem presidências rotativas anuais, atua, principalmente, no apoio ao crescimento e desenvolvimento mundial “por meio do fortalecimento da arquitetura financeira internacional e via oportunidades de diálogo sobre políticas nacionais”.

Em busca de um protagonismo, o Brasil buscou espaço para influenciar a agenda e a governança global. Na ocasião, o governo brasileiro conseguiu a adesão de 81 países na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, além de ter avançado em temas como a taxação das grandes fortunas e o reforço do Acordo de Paris.

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O dólar terminou o dia 18 de dezembro sendo cotado a R$ 6,26, o maior valor nominal da história. A valorização da moeda ocorreu no mesmo momento que o Congresso apreciava o pacote fiscal do governo federal. Antes disso, no dia 6 de dezembro, o dólar americano tinha atingido o recorde de R$ 6,0713, quando ultrapassou a casa dos R$ 5 pela primeira vez na história. O dólar já registrava uma tendência de valorização desde alguns acontecimentos que mexeram com o mercado financeiro, como a vitória do republicano Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos e o anúncio do pacote de corte de gastos do governo Lula.

O principal motivo que levou o dólar ao seu pico no Brasil foi a assinatura do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. A aliança teve resistência de diversos produtores europeus e, inclusive, do presidente da França, Emmanuel Macron. A relutância acontece pela preocupação dos produtores com o enfraquecimento do agronegócio local na Europa, já que o Brasil e outros países do Mercosul ganharão mais força a partir do tratado de livre comércio.

Em 2024, o dólar teve uma valorização de 27,36%, já que no início do ano era cotado a R$ 4,89. No último pregão do ano, na segunda-feira (30), a moeda norte-americana encerrou em R$ 6,179.

*Sob supervisão de Leonardo Meireles

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