O Brasil, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai promover duas reuniões de cunho global às margens da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), que será realizada no fim deste mês em Nova York, nos Estados Unidos. Os encontros vão debater a reforma da governança de organismos multilaterais e a defesa da democracia.As duas propostas são defendidas pelo governo brasileiro, e Lula tem convidado líderes mundiais para participar dos encontros. A expectativa é que eles ocorram na semana da Assembleia-Geral, prevista para 24 de setembro. A reunião pró-democracia pode ser realizada nos dias 22 ou 23 e a da reforma dos organismos multilaterais, dia 25.Lula quer debater uma agenda mais inclusiva com as principais lideranças do mundo. Não há, ainda, uma lista fechada dos eventuais participantes dos encontros, mas é costume que todos os países associados da ONU participem das agendas organizadas às margens do evento. Ao todo, a organização é composta por 193 membros.A reunião dos líderes democráticos contra o extremismo é uma iniciativa de Lula e do presidente de governo da Espanha, Pedro Sánchez. No início de agosto, durante viagem, o brasileiro convidou o presidente Gabriel Boric (Chile) para o encontro e falou sobre o tema. “Nossos ideais convergem na defesa intransigente da democracia. Por isso, tive a satisfação de convidá-lo”, relatou Lula.“Falei com o presidente Biden [EUA], Macron [França], Trudeau [Canadá], e o da Inglaterra. Nós precisamos fazer alguma coisa para defender a democracia. A democracia não é uma coisa pequena, a democracia é o que existe de mais perfeito que o ser humano criou na arte da governança. Eu vejo sinceramente a União Europeia como uma construção do patrimônio democrático da humanidade”, completou.Lula também organiza uma resposta mais efetiva para a ideia de reforma da governança de organismos multilaterais, como a própria ONU e o FMI (Fundo Monetário Internacional). O tema foi debatido, inclusive, com a diretora-geral do banco, Kristalina Georgieva, no primeiro semestre deste ano.A reforma de organismos multilaterais também é discutida por chanceleres no contexto da presidência brasileira do G20, o grupo que reúne as principais economias do mundo. Uma reunião entre os ministros de Relações Exteriores ocorreu em fevereiro deste ano, no Rio de Janeiro, e a próxima será às margens da ONU.Lula participou da Assembleia-Geral da ONU de 2023, primeiro ano de seu terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto. Na ocasião, o brasileiro destacou quais pautas ia defender durante sua gestão e criticou a desigualdade entre países e organismos internacionais, cobrou que países ricos ajudem financeiramente nações em desenvolvimento e defendeu a ampliação do Conselho de Segurança da ONU.“A redução das desigualdades dentro dos países e entre eles deveria se tornar o objetivo-síntese da Agenda 2030. Reduzir as desigualdades dentro dos países requer incluir os pobres nos orçamentos nacionais e fazer os ricos pagarem impostos proporcionais ao seu patrimônio. No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, de maneira integrada e indivisível”, afirmou Lula, na ocasião.