O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, decidiu adiar para o dia 3 de abril o julgamento da chamada “ADPF das Favelas”, uma ação que impôs restrições à realização de operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro e determinou medidas para reduzir a letalidade durante as ações da polícia.O julgamento estava marcado para esta quarta-feira (26), mas Barroso justificou o adiamento em razão da análise da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas na Primeira Turma da corte, que por unanimidade decidiu torná-los réus por tentativa de golpe de Estado. “Não foi possível um voto único sobre a ação. Será um voto de consenso para passar uma mensagem da importância desse tema. Esse caso será julgado na próxima quinta-feira da semana que vem”, disse Barroso ao adiar a análise do caso. Em fevereiro, o relator, ministro Edson Fachin, propôs a homologação parcial do plano apresentado pelo governo estadual para reduzir a letalidade policial. Os ministros avaliarão se a gestão local atendeu às exigências do STF ou se serão necessárias novas medidas para as ações de segurança pública.O ministro também votou para que o Rio de Janeiro promova as adequações normativas e administrativas necessárias quanto à mensuração e ao monitoramento da letalidade policial para divulgar os dados relativos ao tema.Para o ministro, deve haver a inclusão de novos indicadores que abarquem as situações de uso excessivo ou abusivo da força legal e de civis vitimados em contexto de confronto armado com a participação de forças de segurança, mas com autoria indeterminada do disparo; publicação dos dados desagregados sobre as ocorrências com morte de civil; e divulgação dos dados desagregados sobre as ocorrências com morte de policial, especificando se a vítima estava em serviço.