STF ouve em 1º de outubro novas testemunhas sobre invasão ao sistema do CNJ
Audiência foi remarcada em razão da ausência de Carla Zambelli, que passou mal e deve ser operada
O STF (Supremo Tribunal Federal) remarcou para a próxima terça-feira (1º), às 14h, audiência para ouvir outras testemunhas de acusação e defesa no processo envolvendo a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A ação apura a conduta da parlamentar e do hacker Walter Delgatti por invadirem o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e inserirem um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes e 11 alvarás de soltura também falsos. A audiência foi remarcada em razão da ausência da parlamentar, que, segundo sua defesa, passou mal e deve ser operada.
Leia Mais
Na última segunda-feira (23), a primeira a depor foi Cristiane de Brum, ex-coordenadora de campanha de Carla Zambelli. Ela disse que a parlamentar conheceu Delgatti na porta de um hotel.
O segundo a prestar depoimento foi o ex-assessor da parlamentar Jean Hernani Guimarães Vilela. Foi ele quem conversou com Delgatti sobre valores e disse que “não costuma pedir ficha criminal de quem contrata”.
Nesta quinta-feira (26), O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta quinta-feira (26) que teve uma “péssima impressão” ao conhecer o hacker Walter Delgatti e o advogado dele. Valdemar prestou depoimento como testemunha.
“Me surpreendeu porque eles foram ao partido porque queriam me conhecer e ele disse que tinha muita habilidade nessa área de informática. O advogado disse que ele queria trabalhar no partido, mas eu não tinha lugar. Me surpreendeu ele pedir emprego. Ele tinha sido preso e ele tava com dificuldade de achar emprego. A deputada Carla estava junto’, disse.
Segundo Valdemar, não teve pedido para atos criminosos.”Nunca que a Carla teve um comportamento errado. Muito cumpridora. Excelente deputada, dedicada e tenho a maior consideração por ela. Sempre foi uma excelente deputada. A Carla falou para mim que queria levar um rapaz que queria me conhecer. A gente teve a impressão que ele era um gênio na área, mas não para esse tipo de serviço”, disse.
Em maio, a Primeira Turma do STF aceitou a denúncia feita pela PGR (Procuradoria Geral da República) e os dois se tornaram réus. A denúncia é pela prática de 10 crimes, sendo sete previstos no Código Penal sobre invasão de dispositivo informático e três crimes ligados à falsidade ideológica. A reportagem entrou em contato com a defesa de Zambelli e aguarda manifestação.